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21/Jun/2024

Pantanal tem maior destruição por fogo para junho

De acordo com dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os focos de incêndio no Pantanal aumentaram 1.500% de 2023 para 2024, considerando o período de janeiro até 17 de junho. De janeiro a maio deste ano, 1.276 Km² pegaram fogo, área equivalente a 178.700 campos de futebol. Com 1.291 focos, a cidade de Corumbá, Mato Grosso do Sul, concentra a maior parte dos incêndios, no bioma e no País em 2024. As 2.246 queimadas registradas pelo Inpe no bioma até meados deste mês se aproximam do patamar de 2020 na mesma época. Naquele ano, 26% da extensão do bioma pegou fogo, com 2.315 focos até junho. Foi até hoje a maior devastação já registrada no Pantanal. Levando em consideração só o mês de junho de cada ano, porém, o cenário de 2024 preocupa ainda mais: até 18 de junho de 2024, houve 1.434 focos, ante 406 em todo o mês de junho de 2020.

O baixo volume de chuvas pôs a região em alerta já no fim do ano passado. A bacia do Rio Paraguai enfrenta seca recorde, com escassez hídrica declarada pela Agência Nacional de Águas (ANA) em maio. Com isso, a cota de cheia do bioma não foi atingida. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, classificou a situação como inédita. Além da seca, a previsão de temperaturas acima do normal na região até agosto agrava o risco de que o fogo se espalhe. Os incêndios no bioma tradicionalmente se concentram entre agosto e outubro, com pico em setembro. A convergência entre fenômenos climáticos e o aquecimento global tem piorado a situação. O País deve passar a sentir a incidência do La Niña, que causa resfriamento das águas do Pacífico. Seus impactos na Região Centro-Oeste podem variar, mas o fenômeno esteve associado à forte seca no Pantanal em 2020.

Segundo dados do MapBiomas Fogo, que também monitora os focos de queimada no País, divulgados no dia 18 de junho, Corumbá foi uma das cidades mais atingidas pelo fogo no País de 1985 a 2023. Apesar da área menor em comparação a outros biomas, 90 mil Km² foram atingidos por fogo pelo menos uma vez, o Pantanal foi proporcionalmente o mais queimado no período. O fogo já atingiu 59% da extensão do bioma. Segundo o MapBiomas Fogo, os incêndios devastadores no bioma em anos recentes estão ligados ao tipo de vegetação campestre, em que o fogo encontra menos barreiras para se espalhar, principalmente na época de seca. Mas também está ligado ao uso do fogo no manejo das pastagens mesmo no período de estiagem, o que deveria ser evitado. Está muito seco e qualquer fogo pode virar um grande incêndio. Os governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul dizem ter proibido o uso do fogo em propriedades no Pantanal.

Em Mato Grosso, o governo diz que bombeiros e brigadistas combatem dois incêndios, construindo aceiros para impedir o avanço das chamas, além de fazer monitoramento com satélites pelo Batalhão de Emergências Ambientais, em Cuiabá. O governo estadual diz investir R$ 74,5 milhões para executar o Plano de Ação de Combate ao Desmatamento Ilegal e Incêndios Florestais e o Plano de Prevenção e Combate ao Fogo no Parque Estadual Encontro das Águas. Mato Grosso do Sul diz atuar no combate ao fogo na porção sul do bioma, que integra o território do Estado com 13 bases avançadas do Corpo de Bombeiros. O governo federal anunciou no dia 14 de junho uma sala de situação para prevenção e controle dos incêndios e secas, com foco inicial no Pantanal. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a atuação da sala foca também em responsabilizar autores de queimadas criminosas e apoiar a população afetada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.