20/Jun/2024
Após sustentar alta firme durante a sessão, se aproximando dos R$ 5,50, o dólar à vista desacelerou na reta final dos negócios desta quarta-feira (19/06) e fechou próximo da estabilidade, com investidores ajustando posições antes da decisão do Copom sobre juros, em movimento amplificado pela liquidez reduzida no Brasil em razão de feriado nos Estados Unidos. O dólar fechou a R$ 5,44, em leve alta de 0,13%. Esta é a maior cotação de fechamento desde 4 de janeiro de 2023, quando encerrou a R$ 5,45. Em quatro dias, a moeda norte-americana acumulou alta de 1,35%. No mês, o ganho acumulado é de 3,61%. Com o mercado norte-americano fechado em função do feriado de Juneteenth, as cotações do dólar foram influenciadas pela expectativa antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sobre a Selic, atualmente em 10,50% ao ano. A busca dos investidores pela proteção do dólar fez a cotação atingir a máxima de R$ 5,48 (+0,92%).
Perto do fechamento, porém, as cotações perderam força e o dólar se reaproximou da estabilidade. No mercado há quase um consenso, precificado na curva a termo, de que o Banco Central manterá a taxa básica Selic em 10,50% ao ano, colocando um ponto final no atual ciclo de cortes. A principal dúvida é se a votação será dividida, como no encontro de maio, ou se haverá unanimidade entre os nove dirigentes. Após Lula ter criticado duramente o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, as atenções estarão voltadas principalmente para o voto do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, cotado para assumir o comando da autarquia a partir de 2025. Segundo a Commcor DTVM, embora o mercado acredite que não haverá um ‘susto’ como em maio, ele está se protegendo. Se houver divisão ou se houver uma ‘surpresa dovish’ no Copom, o dólar sobe.
A percepção mais geral do mercado nesta quarta-feira (19/06): o dólar somente cairá no dia seguinte ao Copom se a Selic seguir em 10,50% ao ano, por decisão unânime dos dirigentes do Banco Central. Qualquer decisão diferente desta tem potencial para estressar ainda mais as cotações. Apesar de o dólar ter caminhado para os R$ 5,50 nos últimos dias, ainda há espaço de sobra para novas apreciações caso o resultado do Copom não seja bem avaliado pelos investidores. Isso porque as preocupações com o cenário político brasileiro e com o equilíbrio fiscal permanecem nas mesas de operação. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,04%, a 105,230. O Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de agosto. O Brasil registrou fluxo cambial total positivo de US$ 6,337 bilhões em junho até o dia 14, com entradas líquidas de US$ 2,104 bilhões pelo canal financeiro e entradas de US$ 4,233 bilhões pela via comercial. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.