20/Jun/2024
Segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), o setor de seguros registrou R$ 3,885 bilhões em pedidos de indenização no estado do Rio Grande do Sul desde o começo das enchentes que atingiram a região no mês de maio. Foram 48.870 pedidos até o momento, mas este total ainda deve crescer. No último levantamento, havia R$ 1,673 bilhão em pedidos de indenização. Era esperado que houvesse um crescimento considerável. Os números devem continuar em alta. Voltou a chover em algumas regiões do Rio Grande do Sul nas últimas semanas, o que indica que a situação no Estado ainda não estabilizou. O seguro de grandes riscos é o que tem o maior volume financeiro, de R$ 1,322 bilhão, seguido pelo seguro de automóveis, com R$ 1,277 bilhão. Em número de pedidos, o seguro mais atingido é o residencial/habitacional, com 22.673 pedidos. Em quantidade de registros, o maior número é no agrícola, com crescimento de 284%, alcançando 2.215 pedidos.
O setor de seguros tem solidez suficiente para cobrir os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul, que estão próximos de R$ 3,9 bilhões. Estes volumes de indenização são perfeitamente cobertos pelas seguradoras. Não há discussões entre as seguradoras e a Superintendência de Seguros Privados (Susep) ou o governo em busca de alívio de capital ou outros tipos de mecanismo para reduzir o impacto sobre os balanços. A CNseg tem monitorado os efeitos junto aos associados, e não foi verificada uma concentração do impacto em nenhuma seguradora. É difícil antecipar o impacto final das enchentes no Rio Grande do Sul sobre o mercado de seguros. Os ramos mais atingidos têm mensuração de perdas mais lenta, e os efeitos sobre a compra de seguros tendem a ser distintos ao longo do tempo. As projeções para o ano ainda não foram revisadas. Em um primeiro momento, o Estado tende a reduzir a demanda por seguros diante do impacto econômico, mas em um segundo momento, a demanda pode subir diante da maior consciência da população sobre a necessidade de comprar seguros.
As enchentes no Rio Grande do Sul devem ser o evento de maior monta para o setor na história do País. Até aqui, o evento climático de maior perda segurada no Brasil foi a seca que atingiu o Centro-Sul em 2022, e que gerou indenizações próximas a R$ 10 bilhões. A entidade disse não reconhecer projeções que têm circulado no mercado. As projeções são totalmente desprovidas de fundamento técnico e de base. Até aqui, a entidade aponta que houve R$ 3,9 bilhões em pedidos de indenização no Estado ligados às enchentes. A situação provocada pelas enchentes no Rio Grande do Sul ajuda a ampliar as discussões sobre a criação de um seguro obrigatório contra catástrofes no País. A CNseg propôs um seguro que cobriria óbitos e perdas em casos de catástrofes naturais para a população, com indenizações de cerca de R$ 15.000,00 por moradia. A proposta seria paga através de uma cobrança de R$ 3,00 ao mês na conta de luz dos brasileiros. Há uma percepção positiva no Parlamento sobre o seguro social de catástrofe. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.