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19/Jun/2024

Dólar em alta com investidores à espera do Copom

O dólar fechou esta terça-feira (18/06) em leve alta ante o Real, com investidores evitando mudar posições de forma radical antes da decisão desta quarta-feira (19/06) do Copom sobre juros, enquanto no exterior a moeda norte-americana perdeu força após números abaixo do esperado do varejo dos Estados Unidos. O dólar fechou a R$ 5,43, em alta de 0,22%. Esta é a maior cotação de fechamento desde 4 de janeiro de 2023, início do governo Lula, quando encerrou a R$ 5,45. Em junho, a divisa acumula elevação de 3,48%. O dólar abriu a sessão desta terça-feira (18/06) novamente em alta ante o Real, dando continuidade ao movimento mais recente de aversão aos ativos brasileiros, em meio às preocupações com o equilíbrio fiscal, e influenciado pelo avanço do dólar no exterior. O cenário mudou ainda na primeira hora de negócios, com o dólar perdendo força no exterior e no Brasil após a divulgação de dados do varejo dos Estados Unidos. O Departamento de Comércio informou que as vendas no varejo norte-americano aumentaram 0,1% no mês passado, após uma queda revisada para baixo de 0,2% em abril. Economistas previam que as vendas no varejo aumentariam 0,3% em maio.

Neste cenário, o dólar atingiu a mínima de R$ 5,39 (-0,54%), já após os dados do varejo. No restante da sessão, porém, a moeda norte-americana se manteve próxima da estabilidade, até reacelerar um pouco antes do fechamento, com investidores à espera da decisão de quarta-feira do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. As apostas majoritárias no mercado de renda fixa são de manutenção da taxa básica Selic em 10,50% ao ano. Mais do que a decisão em si, o mercado quer saber como serão os votos dos nove integrantes do Copom. Caso a decisão seja novamente dividida, como no encontro anterior, a expectativa é de nova pressão de alta para o dólar, em função dos receios de que, com a saída de Roberto Campos Neto da presidência do Banco Central no fim de 2024, a instituição se torne mais tolerante com a inflação. Segundo o Banco Master, as incertezas fiscais e as incertezas em relação ao Banco Central estão prejudicando muito os preços de ativos financeiros.

Inclusive, a moeda brasileira se desvaloriza mais do que a própria moeda argentina, sendo que a situação da economia argentina é infinitamente pior que a brasileira. Enquanto não vier uma “luz” da equação fiscal, sobre como o governo vai cumprir o arcabouço sem ficar apenas pressionando a arrecadação tributária, e sem uma posição sobre o que será o novo Banco Central, quem será o presidente e qual será a linha que vai ser seguida, o mercado segue com esta incerteza. Em meio à expectativa pelo Copom, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomou as críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, acusando-o de trabalhar para prejudicar o Brasil. “O presidente do Banco Central não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, tem lado político e, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o País do que para ajudar", disse Lula. No exterior, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,02%, a 105,250. Pela manhã o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de agosto. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.