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18/Jun/2024

Amazônia: risco de imagem afasta os investidores

Segundo o BID Invest, embora a sustentabilidade seja um carimbo que muitos querem imprimir em seus negócios, investidores temem aportar em projetos na Amazônia por conta de risco de reputação, além dos comerciais e de retorno. A preocupação é ser criticado por desmatamento. O BID Invest é o braço de investimento no setor privado do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), presidido pelo ex-presidente do Banco Central, Ilan Godfjan. Muitos não conhecem a Amazônia e acreditam que é muito arriscado fazer negócios na região.

Um caminho para tais investidores é ter uma relação próxima com instituições de fomento, como o BID, que estão dispostas a tomar mais risco do que o mercado e podem aproximar investidores do conhecimento da região. O BID Invest e o BID estão empenhados em atrair o setor privado para investir na Amazônia para preservar a floresta e oferecer melhorias às comunidades por meio da criação de uma rede, envolvendo governos do Brasil e dos países que estão na Amazônia, institutos de pesquisa em biodiversidade, bancos de fomento e comerciais, no programa Amazônia Sempre.

O BID Invest, por exemplo, toma o risco de construção em projetos de infraestrutura na região. Outros exemplos citados são a possibilidade de tomada de recursos em reais do BID, minimizando o impacto da oscilação do dólar para empresas que estão investindo localmente, e carência para pagamento dos empréstimos quando projetos são afetados por desastres climáticos. Esses são mecanismos que o BID Invest está trabalhando para atrair o capital privado e financiar pequenas e médias empresas locais e projetos individuais, dentro do programa Rede de Financiamento da Amazônia, lançado em Dubai durante a COP28. Como um banco de desenvolvimento, o BID pode e quer tomar mais risco.

Para intensificar essas parcerias, o BID Invest também mudou em março sua postura nos financiamentos, alterando de 100% para 30% suas alocações diretas nos projetos. São dois objetivos: proteger o planeta e dar oportunidade às pessoas, e ambos podem acontecer ao mesmo tempo. É possível que as oportunidades para as pessoas aconteçam por meio da preservação do meio ambiente. Entretanto, algum risco de fato existe. Nada é perfeito, se construir uma estrada haverá desmatamento, mas há maneiras de fazer isso de forma que o resultado líquido seja positivo.

Mesmo tendo assumido o papel de intermediar o desenvolvimento sustentável da região, uma vez que o BID entende não ser possível conter o desmatamento sem oferecer oportunidades às pessoas que vivem na região, o banco pode atuar como um "regulador". O BID tem padrões de desempenho ESG para proteger o meio-ambiente e as comunidades e não entra em projetos que estejam fora deles. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.