18/Jun/2024
Segundo banco suíço Julius Baer, apesar da melhora nas vendas do varejo, a demanda fraca por crédito na China sugere que a demanda doméstica continuará nula em meio ao estresse no setor imobiliário, com baixa confiança doméstica e empresarial. Por outro lado, a melhora na demanda por exportações deve manter a resiliência da produção industrial e ajudar a estabilizar a atividade econômica no segundo semestre deste ano. A análise leva em consideração a última rodada de dados sobre a atividade econômica, vendas e preços de novas moradias e na China, além de relatório sobre demanda de crédito no país. O crescimento das vendas do varejo ainda aponta fraqueza, enquanto os empréstimos seguem abaixo do nível de anos anteriores e sugerem que não houve melhora na demanda doméstica.
Neste cenário, o Produto Interno Bruto (PIB) chinês deve ter uma desaceleração decisiva durante o segundo trimestre, resultando em crescimento de 4,8% no ano completo de 2024. A Capital Economics avalia que os dados de atividade chinesa em maio apontam um quadro divergente, com aceleração nas vendas do varejo e arrefecimento da produção industrial, revertendo parcialmente a força da oferta e fraqueza da demanda. O fortalecimento dos gastos de consumidores na China teve como base o aperto do mercado de trabalho, após a taxa de desemprego urbana atingir mínimas não vistas desde 2021, e a aceleração na produção de serviços, cenário que deve continuar impulsionando "gastos saudáveis" dos consumidores nos próximos meses.
A produção industrial desacelerou de 6,7% para 5,6% na taxa anual, devido ao crescimento mais fraco de exportações, embora tenha expandido na comparação mensal. No entanto, o resultado de somente um mês não é suficiente para indicar uma mudança estrutural, tendo em vista que a produção industrial tem ultrapassado o varejo com ampla margem no último ano. O avanço de investimentos fixos também desacelerou levemente no acumulado do ano até maio, para 4,0%, em meio à queda no investimento em propriedades e desaceleração nos gastos com infraestrutura.
A Capital Economics espera um aumento no crescimento de gastos com infraestrutura nos próximos meses, por conta da aceleração da emissão de títulos públicos. Tudo somado, pode resultar em uma força cíclica ainda mais modesta nos próximos meses. Enquanto o governo permanece ampliando estímulos fiscais, o Banco do Povo da China (PBoC) deverá deixar as taxas de juros de longo prazo inalteradas nesta semana. O yuan tem estado sob pressão considerável recentemente e cortes de juros pressionariam ainda mais a moeda, o que os dirigentes estarão determinados a evitar. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.