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05/Jun/2024

PIB do Brasil tem alta recorde no 1º trimestre do ano

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou alta de 0,8% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023. Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, o PIB apresentou alta de 2,5% no primeiro trimestre de 2024. O PIB do primeiro trimestre de 2024 totalizou R$ 2,7 trilhões. O avanço de 0,8% no Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023 fez a atividade econômica subir a patamar recorde dentro da série histórica iniciada em 1996 pelo IBGE. Pelo lado da demanda, o desempenho foi impulsionado pelo consumo das famílias, que também alcançou novo ápice no primeiro trimestre de 2024. O consumo do governo, apesar da estabilidade ante o trimestre anterior, também operava no maior nível da série. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos do PIB) está 15,1% abaixo do pico alcançado no segundo trimestre de 2013. Sob a ótica da oferta, o PIB de serviços subiu a novo ápice no primeiro trimestre deste ano.

O PIB da Indústria está 7,2% abaixo do pico alcançado no terceiro trimestre de 2013, prejudicado pela indústria de transformação, que opera em patamar 17,8% aquém do pico alcançado no terceiro trimestre de 2008. O Produto Interno Bruto (PIB) da indústria caiu 0,1% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023. Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, o PIB da indústria mostrou alta de 2,8%. O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária subiu 11,3% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023. Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, o PIB da agropecuária mostrou queda de 3%. As indústrias extrativas tiveram expansão de 5,9% no primeiro trimestre de 2024 em relação ao primeiro trimestre de 2023, e o setor de informação e comunicação cresceu 4,6%. As atividades financeiras cresceram 2,5% no primeiro trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre de 2023. As atividades imobiliárias avançaram 3,9% nessa comparação. A produção de eletricidade e água aumentou 4,6%, o comércio subiu 3%, e a indústria de transformação avançou 1,5%.

A construção aumentou 2,1%, e transporte e armazenagem avançaram 0,4%. As outras atividades de serviços expandiram 4,7%, e administração pública e seguridade social cresceram 1,3%. A agropecuária, por sua vez, recuou 3%. O Produto Interno Bruto (PIB) de serviços subiu 1,4% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023. Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, o PIB de serviços mostrou alta de 3%. A alta ante o quarto trimestre de 2023 foi a mais acentuada desde o quarto trimestre de 2020, quando os serviços avançaram 3,1% na comparação com o trimestre anterior. Outro destaque da divulgação dos números do PIB foi o crescimento da agropecuária na margem, uma alta de 11,3%, que foi a mais acentuada desde o primeiro trimestre de 2023. Já a queda de 0,1% no PIB Industrial do primeiro trimestre do ano na comparação com os últimos três meses de 2023 foi a primeira taxa negativa para a indústria nacional desde o quarto trimestre de 2022. Ainda nesse tipo de comparação, houve alta de 1,5% no Consumo das Famílias, a taxa mais acentuada desde o segundo trimestre de 2022, quando houve alta de 2%.

Também chamou atenção a alta de 6,5% nas importações no primeiro trimestre ante o período imediatamente anterior, a taxa mais elevada desde o primeiro trimestre de 2021, quando cresceram 12%. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) subiu 4,1% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023. Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, a FBCF mostrou alta de 2,7%. A taxa de investimento (FBCF/PIB) do primeiro trimestre de 2024 ficou em 16,9%. A taxa de poupança ficou em 16,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2024. A taxa de investimento ficou em 16,9% no primeiro trimestre de 2024. O Brasil alcançou uma necessidade de financiamento de R$ 47,8 bilhões no primeiro trimestre de 2024, ante R$ 49,1 bilhões no primeiro trimestre de 2023. O saldo externo de bens e serviços caiu de R$ 32,7 bilhões no 1º trimestre de 2023 para R$ 22,3 bilhões um ano depois, nesse primeiro trimestre de 2024, redução de R$ 10,4 bilhões. A renda líquida de propriedade enviada ao resto do mundo caiu de R$ 83,9 bilhões nos três primeiros meses do ano passado para R$ 72 bilhões nesse primeiro trimestre, uma queda de R$ 11,9 bilhões.

Os dados mostram, ainda, que a taxa de investimento para o primeiro trimestre de 2024, que ficou em 16,9%, foi a menor para esse período do ano desde 2020 (16,2%). A taxa de poupança para o primeiro trimestre de 2024, de 16,2%, foi a menor para esse período do ano desde 2020 (14,3%). As exportações cresceram 0,2% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023. Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, as exportações mostraram alta de 6,5%. As importações contabilizadas no PIB, por sua vez, subiram 6,5% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023. Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, as importações mostraram alta de 10,2%. A contabilidade das exportações e importações no PIB é diferente da realizada para a elaboração da balança comercial. No PIB, entram bens e serviços, e as variações porcentuais divulgadas dizem respeito ao volume. Já na balança comercial, entram somente bens, e o registro é feito em valores, com grande influência dos preços. O consumo das famílias subiu 1,5% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023. Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, o consumo das famílias mostrou alta de 4,4%.

O consumo do governo, por sua vez, ficou estável (0,0) no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023. Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, o consumo do governo mostrou alta de 2,6%. As atividades financeiras ficaram estáveis (0,0%) no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023. As atividades imobiliárias cresceram 1% na mesma comparação. As indústrias extrativas caíram 0,4% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023, e o segmento de informação e comunicação subiu 2,1%. As outras atividades de serviços tiveram expansão de 1,6% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023, e transporte e armazenagem subiram 0,5%. A produção de eletricidade e água caiu 1,6% no período, enquanto o comércio subiu 3%. A indústria de transformação cresceu 0,7%, e a construção caiu 0,5%. A administração pública e seguridade social diminuíram 0,1%. A agropecuária, por sua vez, avançou 11,3%.

O mercado de trabalho aquecido foi um dos fatores a impulsionar o consumo das famílias a novo recorde no primeiro trimestre. Pela ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 1,5% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023, como resultado de uma melhora no mercado de trabalho, mas também de reduções nas taxas de juros e na inflação, em meio à manutenção de programas de governo de transferências de renda. Nesse trimestre, se observa uma conjunção de fatores favorecendo o consumo das famílias. A inadimplência continua alta, mas diminuiu com o programa do governo ‘Desenrola’. Houve continuação de vários programas de transferência de renda às famílias. O próprio mercado de trabalho está tendo crescimento não só de emprego, mas também da massa salarial nas mãos das famílias, o que aumenta a renda disponível para gastar. Os juros e a inflação estão mais baixos. O crédito às famílias está crescendo também.

Outro destaque positivo na atividade econômica, sob a ótica demanda, foi a expansão de 4,1% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023. O avanço foi puxado pela alta na importação de bens de capital, pelo aumento no desenvolvimento de softwares e por uma expansão na construção, enquanto a produção nacional de bens de capital permanece com perdas ante o ano anterior. A trajetória de queda da taxa de juros ajuda a FBCF. E teve a valorização do Real, que ajudou nas importações de bens de capital. O setor externo contribuiu negativamente para o avanço do PIB no primeiro trimestre. As exportações subiram apenas 0,2% ante o quarto trimestre de 2023, enquanto as importações aumentaram 6,5%, favorecidas pelo câmbio, disse a pesquisadora. O PIB cresceu por conta da demanda interna.

Segundo o Ministério da Fazenda, o resultado de 0,8% de crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2024 é bastante positivo e veio em linha com a projeção da Pasta. Foi um resultado bom, bastante positivo, por um primeiro trimestre forte, com uma composição mais equilibrada, mostrando a força tanto da absorção doméstica brasileira quanto a capacidade da gente voltar a investir e crescer de maneira sustentada. O setor de serviços está reagindo, melhoria no mercado de trabalho, aumento da renda e melhoria no investimento. O crescimento bastante robusto do investimento é uma coisa positiva, uma notícia boa, que aponta para uma sustentabilidade maior desse ciclo de crescimento econômico. Com o resultado, a projeção de crescimento de 2,5% da economia brasileira neste ano está sustentada, mas ainda é preciso avaliar com cautela os efeitos da tragédia no Rio Grande do Sul. Nesse caso, é preciso ponderar tanto os efeitos negativos para atividade, comércio, transportes, indústria e agro, quanto os positivos que a reconstrução vai produzir.

Trata-se de um volume de recursos bastante significativo, alocado tanto para crédito, quanto para transferências para as famílias, que certamente tende a minimizar impactos negativos ao longo do ano de 2024. Após a recuperação na margem do Produto Interno Bruto (PIB) observada no primeiro trimestre deste ano, a expectativa do Ministério da Fazenda é de desaceleração no ritmo de crescimento no próximo trimestre, repercutindo a calamidade no Rio Grande do Sul. A agropecuária e a indústria de transformação devem ser atividades especialmente afetadas. Porém, são setores proporcionalmente mais importantes no PIB do Estado que no nacional. No setor de serviços, atividades como transportes e outras atividades da área também devem ser impactadas pela calamidade, repercutindo a piora da mobilidade e as restrições no provimento de serviços pessoais, de alimentação e de alojamentos. Medidas de auxílio fiscal e de crédito devem auxiliar a mitigar os impactos negativos do episódio, mas seus efeitos devem se diluir ao longo deste e dos próximos trimestres. Dessa maneira, mesmo com o resultado positivo e similar ao projetado pela SPE no primeiro trimestre de 2024, restam incertezas a respeito da estimativa de crescimento para 2024.

O PIB do primeiro trimestre seguiu em trajetória de aceleração na comparação interanual. A aceleração repercutiu o melhor desempenho de atividades cíclicas pela ótica da oferta, como o da indústria de transformação, do comércio e de outras atividades de serviços; e o maior ritmo de expansão da absorção doméstica pela ótica da demanda, com destaque para o avanço do consumo das famílias e do investimento. O avanço da massa de rendimento e das concessões de crédito auxiliam a explicar a trajetória de maior crescimento nos primeiros três meses do ano, devendo seguir como vetores propulsores da atividade ao longo de 2024. Foi destacado o comportamento da atividade brasileira de janeiro a março em termos internacionais. Dentre os países do grupo das 20 maiores economias do globo (G20) que já divulgaram o resultado do PIB do primeiro trimestre, o Brasil ocupou a 5ª colocação quando a comparação é em relação aos dados na margem. Já na leitura interanual, o País ficou com a 8ª posição e, no resultado acumulado em quatro trimestres, na 7ª. Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.