04/Jun/2024
O dólar fechou esta segunda-feira (03/06) em baixa no Brasil, acompanhando o recuo da moeda norte-americana ante boa parte das divisas no exterior, com o Real sendo favorecido ainda pela forte queda do peso mexicano após vitória da governista Claudia Sheinbaum na disputa eleitoral à Presidência do México. A moeda norte-americana fechou a R$ 5,23, em baixa de 0,31%. Na sexta-feira (31/05), a disputa pela formação da taxa Ptax já havia empurrado o dólar no Brasil para acima dos R$ 5,25, o que deixava uma margem para ajustes nesta segunda-feira (03/06). Ainda assim, o dólar chegou a oscilar em alta no início da sessão, atingindo a cotação máxima de R$ 5,26 (+0,34%). Somente após a divulgação de números fracos sobre a indústria norte-americana a moeda se firmou em queda no exterior, o que também pesou sobre as cotações no Brasil. O Índice de Gerentes de Compras do setor de manufatura do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) caiu de 49,2 em abril para 48,7 em maio.
Foi o segundo declínio consecutivo e o segundo mês abaixo do nível de 50, que separa o crescimento da contração. Os números deram fôlego à leitura de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pode cortar juros em 2024, o que fez as taxas dos Treasuries e as cotações do dólar cederem no exterior. No Brasil, a moeda também renovou mínimas. Segundo a Commcor DTVM, o dólar chegou a trabalhar em alta mais cedo, mas engatou a queda depois dos dados norte-americanos. A eleição de Sheinbaum na presidência do México era outro fator citado nas mesas para que o Real ganhasse força. Há uma leitura de que, isoladamente, a eleição é favorável ao Real, pelo menos no curto prazo, caso se confirme o risco fiscal com a nova presidente do México. A eleição de Sheinbaum e as vitórias do partido governista no Congresso ligaram a luz amarela nos mercados, em meio a preocupações sobre a disposição da nova presidente em promover o equilíbrio orçamentário no México.
Com isso, parte dos investidores fugiu do peso mexicano, que cedia mais de 3%, e realocou recursos em outras divisas, como o peso chileno e o Real. No curto prazo, a queda forte do peso mexicano poderia ter algum benefício para o Real. Neste cenário, o dólar marcou a cotação mínima de R$ 5,2141 (-0,70%) às 15h36, para depois encerrar em patamar um pouco mais alto. No exterior, o dólar seguia em baixa firme ante as divisas fortes e em relação à maioria das demais moedas, com investidores repercutindo os dados do dia e à espera de novos indicadores para o restante da semana, em especial do relatório de empregos payroll dos Estados Unidos, na sexta-feira (07/06). O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,45%, a 104,110. O Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de agosto. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.