04/Jun/2024
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que o Brasil não pode se submeter às leis do Parlamento Europeu que criam exigências ambientais para produtores agropecuários. Ele reconheceu que esse arcabouço pode dificultar a aprovação do acordo entre Mercosul e União Europeia, mas afirmou que ele "não é a única saída" para o País. O acordo com a União Europeia é importante para a agropecuária brasileira ganhar ainda mais mercado e competitividade, mas não é a única saída. Segundo Fávaro, a estratégia de fortalecimento do chamado "Sul Global", que inclui os Brics, e as relações comerciais com a Ásia e o Oriente Médio, é uma saída para esse problema. Segundo o ministro, se a intenção da Europa é ditar as regras do mundo, poderá cair no isolamento. Essas regras podem criar inflação na região.
O ministro reconheceu que as medidas adotadas pela União Europeia podem prejudicar os produtores brasileiros, mas há saídas: vender mais para a Ásia, para o Oriente Médio e para a África. Ele defendeu que a legislação ambiental brasileira já é forte. Fávaro também afirmou que a criação de uma Autoridade Climática no País, defendida pela ministra do Meio-Ambiente, Marina Silva, seria positiva. Se o principal ativo da agricultura brasileira é o clima, um clima estável com chuvas regulares, não excessivas e nem que faltem, e sol na medida certa, uma autoridade que cuide de clima é fundamental para a agropecuária. Ainda segundo o ministro, os "grandes líderes" do Congresso têm demonstrado responsabilidade com a pauta ambiental e não há espaço para retrocessos avançarem no Legislativo.
Fávaro defendeu, no entanto, que alguns projetos citados por organizações de defesa do meio-ambiente como retrocessos não pioram as condições ambientais. Como exemplo, citou a nova legislação de licenciamento ambiental, já aprovada na Câmara e em discussão no Senado. O ministro também defendeu mudanças em parte do Código Florestal, sobretudo em trechos que, segundo ele, não se aplicam. Fávaro acrescentou que o Ministério da Agricultura tem procurado formas de premiar os produtores ambientalmente responsáveis com taxas de juros menores no Plano Safra. Segundo ele, depois da criação do cadastro ambiental rural, ainda é possível avançar para premiar, por exemplo, produtores que usam produtos naturais em vez de pesticidas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.