03/Jun/2024
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o Plano Safra 2024/2025, que começa em 1º de julho, será lançado em cerca de 30 dias, ao fim de junho e que um novo recorde será batido. É determinação do presidente Lula ampliar recursos ano a ano. No Plano Safra 2023/2024, foram ofertados R$ 435,8 bilhões em financiamentos para todos os portes de produtores. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pede R$ 570 bilhões em recursos para o financiamento da próxima safra. O ministro criticou novamente a taxa básica de juros do País, que afeta a concessão de crédito oficial. Para ele, há insensibilidade dos dirigentes do Banco Central em manter taxa de juros ainda de dois dígitos.
A taxa de 10,5% ao ano é fora da realidade quando a inflação está abaixo de 4% ao ano. O juro real passa de 6% ao ano. Não há nenhum lugar no mundo com juros reais como esse, completou o ministro. Fávaro prometeu incremento dos recursos para subvenção ao seguro rural na próxima safra. Há alguns anos, o PSR vem com recursos em torno de R$ 1 bilhão por ano, o que é pouco diante das mudanças climáticas. A ideia é que fique entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões para subvenção ao seguro rural, mas o orçamento é limitante. O ministro quer também reforçar a verba destinada à comercialização, hoje em torno de R$ 900 milhões a R$ 1 bilhão, aquém da demanda.
O Ministério da Fazenda vai disponibilizar de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões para comercialização no Plano Safra 2024/2025. Parte destes recursos será direcionada a contratos de opção entre governo e produtor. Segundo Fávaro, o governo irá lançar a modalidade de contrato de opção no Plano Safra 2024/2025 para cinco alimentos básicos: milho, trigo, arroz, feijão e mandioca. A ideia é estimular a descentralização do cultivo dos alimentos básicos para todas as regiões do País. O governo vai garantir ao produtor preço de compra com margem de lucro. Se no momento da operação, o mercado estiver com preço superior, o produtor tem a opção de descartar o contrato e vender o produto no mercado, caso contrário o governo garante a compra e destina para seus estoques.
O ministro afirmou que, como alternativa aos juros elevados, o governo vai ampliar as linhas de crédito dolarizadas no Plano Safra 2024/2025, incluindo a modalidade de financiamento para custeio. Até então, as linhas dolarizadas captadas pelo BNDES e repassadas pelos bancos operadores eram restritas a operações de investimento. Os juros da linha dolarizada devem ficar em torno de 8,5% ao ano (com base na taxa Sofer e incluindo o spread bancário). São taxas de juros mais atrativas e linhas com subvenção zero do governo. Ainda é um juro caro, mas diante da Selic de 10,5% traz oportunidades. Fávaro comentou também que, apesar das adversidades climáticas e de preços achatados das commodities, o agronegócio brasileiro continua crescendo com recorde de exportações no primeiro quadrimestre deste ano. O novo Plano Safra terá mais medidas estruturantes para o crescimento da agropecuária. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.