29/May/2024
O dólar fechou a sessão desta terça-feira (28/05) em queda ante o Real, acompanhando o recuo da moeda norte-americana ante outras divisas de exportadores de commodities no exterior, ainda que a pressão baixista tenha sido mais intensa no período inicial da sessão, antes da aceleração dos rendimentos dos Treasuries nos Estados Unidos. O dólar fechou a R$ 5,15, em baixa de 0,35%. Em maio, a divisa acumula queda de 0,75%. A moeda norte-americana oscilou em baixa ante o Real durante toda a sessão, mas novamente os movimentos ocorreram em margens estreitas, com investidores mantendo a cautela antes da divulgação de dados importantes de inflação nas economias centrais ao longo desta semana.
Na primeira metade da sessão, o Real foi favorecido pela busca global por ativos de risco, que colocou o dólar em baixa ante boa parte das demais divisas. Após marcar a cotação máxima de R$ 5,17 (-0,03%), pouco depois da abertura, o dólar atingiu a mínima de R$ 5,13 (-0,71%). O movimento ocorria em paralelo ao fechamento da curva a termo brasileira, após a divulgação de números favoráveis da inflação medida pelo IPCA-15. Antes mesmo do fim da manhã, o dólar já havia recuperado força ante o Real, se reaproximando da estabilidade. Na ausência de condutores internos, as cotações no Brasil seguiram as oscilações do dólar no exterior.
Segundo a FB Capital, desde o início da sessão observou-se um movimento absolutamente alinhado com o front externo, frente a uma valorização em bloco das moedas emergentes, ligadas a países exportadores de commodities. Quando o dólar recuperou um pouco da força no exterior, na esteira da aceleração dos rendimentos dos Treasuries, as cotações no Brasil também se recuperaram. Ainda assim, o dólar passou por mais uma sessão em que as margens de oscilação ante o Real foram estreitas. Isso tem a ver com a questão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
Não há ninguém conseguindo ‘cravar’ o que vai acontecer na política de juros dos Estados Unidos. O investidor estrangeiro está cauteloso e as apostas estão divididas. Para o restante desta semana, as atenções estarão voltadas para a divulgação de índices de preços ao consumidor de países da zona do euro e do índice de inflação PCE nos Estados Unidos, na sexta-feira (31/05). Como nesta quinta-feira (30/05) será feriado no Brasil, a expectativa é de que a sessão desta quarta-feira (29/05) já seja contaminada pela disputa pela formação da Ptax de fim de mês (taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista e que serve de referência para a liquidação de contratos futuros).
No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa). O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,04%, a 104,600. O Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de agosto. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.