29/May/2024
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), em análise que faz parte de um relatório anual do órgão a respeito da economia brasileira, conhecido como Artigo 4, o crescimento da economia brasileira deve diminuir um pouco mais que o esperado no curto prazo, se recuperar posteriormente e alcançar 2,5% no médio prazo. O Brasil deve crescer 2,1% neste ano ou 0,1% a menos do que o estimado no mês passado, no relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO). Para 2025, no entanto, a estimativa aumentou em 0,3%, a 2,4%. Nos últimos dois anos, a economia brasileira demonstrou notável resiliência, com a inflação recuando para o intervalo da meta.
O crescimento será moderado no curto prazo, antes de se fortalecer e alcançar 2,5% no médio prazo. A avaliação é de que os riscos para as perspectivas de crescimento melhoraram desde o ano passado e a reforma tributária, voltada à simplificação dos impostos, deve contribuir para melhorar a atividade econômica e a geração de emprego. No entanto, os efeitos macroeconômicos e fiscais adversos da calamidade das enchentes no Rio Grande do Sul ainda são incertos. Um sistema financeiro sólido, reservas cambiais suficientes, a baixa dependência de endividamento em moeda estrangeira, as grandes reservas de caixa do governo e a taxa de câmbio flexível continuam a respaldar a resiliência do Brasil.
As previsões do FMI para a inflação brasileira melhoraram. Se antes a estimativa era de alta de 4,1% do IPCA ao final deste ano, agora a projeção é de 3,7%, com a taxa convergindo à meta de 3% na primeira metade de 2026. O ritmo "cuidadoso” de relaxamento da política monetária tem sido adequado e compatível com o sistema de metas de inflação. É prudente o Banco Central manter a flexibilidade quanto ao ritmo e à duração do ciclo de redução dos juros, tendo em vista que o mercado de trabalho segue aquecido e que as expectativas de inflação estão acima da meta. O FMI elogiou as iniciativas do governo federal para reduzir o déficit nas contas públicas, mas ressaltou que as medidas adotadas precisam levar em consideração não apenas o aumento da arrecadação, mas também a redução de despesas.
Eliminar renúncias tributárias ineficientes, ampliar a base tributária e enfrentar a rigidez dos gastos abririam espaço para políticas prioritárias e para responder a choques e, ao mesmo tempo, apoiar a sustentabilidade da dívida pública. Para posicionar a dívida pública em uma trajetória firmemente descendente e abrir espaço para investimentos prioritários, é recomendado um esforço fiscal sustentado e mais ambicioso, apoiado por medidas que visem tanto a receita como a despesa e um marco fiscal reforçado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.