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28/May/2024

Crédito Rural: ritmo de expansão para PF desacelera

A concessão de crédito rural e agroindustrial a produtores pessoa física cresceu 6,6% no ano passado, para R$ 224 bilhões, conforme levantamento da Serasa Experian. A tendência para 2024 indica elevação, mas com menos intensidade, já que as margens de lucro dos produtores estão mais estreitas e o sistema financeiro tem elevado o nível de exigências para liberar recursos. O levantamento considera todas as modalidades de crédito rural e agroindustrial que as instituições financeiras concedem. Não entram no cálculo os recursos que os produtores rurais tomam com fornecedores e tradings ou no mercado de capitais. A Serasa Experian, observa que o agronegócio, por definição, é um setor altamente dependente de financiamento de capital para o giro das safras. No ano passado, a procura por recursos se intensificou porque as margens dos produtores ainda estavam elevadas. Agora, a demanda por crédito continua. Há chance de um crescimento menor na tomada de crédito em 2024, mas não de queda.

A maioria dos produtores é adimplente. Além disso, não há sinais de que as instituições financeiras deixarão de liberar dinheiro em função da queda dos preços das commodities ou do aumento do número de pedidos de recuperação judicial entre produtores pessoa física. O que já está acontecendo é um aumento do rigor no monitoramento e até nas exigências para a concessão. Pode haver também uma possível elevação dos juros para o tomador do crédito. Em 2023, a inadimplência dos produtores rurais que atuam como pessoa física ficou em 7,1%, um patamar praticamente estável em relação ao ano anterior. A análise considera dívidas que venceram há mais de 180 dias. Não houve aumento, mas agora o cenário é de maior apreensão. O risco de inadimplência está aumentado, mas é importante fazer o monitoramento para poder saber qualificar bem esse crédito e separar o ‘joio do trigo’. É um público muito heterogêneo, que vive realidades muito diferentes.

Outro fator que contribui para a demanda por crédito seguir em expansão, ainda que em ritmo menos intenso, é o crescimento da área de plantio. A expectativa é de que, com margens apertadas, os agricultores avancem menos na semeadura de grãos da safra 2024/2025, ainda que se espere expansão do cultivo no País. As consultorias não estão vendo o mesmo nível de crescimento de área. Talvez o apetite do produtor por avançar em áreas de maior risco climático diminua, e os arrendatários talvez também estejam mais temerários. Do ponto de vista do custo de crédito em 2024, a recente redução na taxa básica de juros (Selic) não deve se traduzir em queda dos custos dos financiamentos, uma vez que o aumento do risco tem deixado os bancos mais seletivos na liberação de recursos. O produtor ainda não vai desfrutar tanto dessa queda de juros, e o Banco Central também vem dando sinais de que essa queda não vai se estender. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.