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27/May/2024

Dólar fecha em leve alta antes de feriado nos EUA

Na contramão do sinal de baixa da moeda norte-americana no exterior, o dólar ganhou força nas últimas horas de negociação e encerrou a sessão de sexta-feira (24/05) em alta, no maior nível de fechamento no mês. O tombo do Real reflete a combinação de busca por proteção em ambiente de liquidez reduzida, em razão do feriado desta segunda-feira (27/05) nos Estados Unidos (Memorial Day), com um aumento da percepção de risco doméstico. A moeda brasileira já apresentava desempenho inferior à de seus pares desde a primeira etapa de negócios, mas sofreu mais em meio a declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre a deterioração recente das expectativas de inflação.

Analistas afirmam que há um desconforto crescente dos investidores com a percepção de menor compromisso do governo com o cumprimento das metas fiscais e temores de um Banco Central mais leniente com a inflação a partir do ano que vem, quando Campos Neto será substituído por nome indicado pelo presidente Lula. Com máxima a R$ 5,17, o dólar fechou com avanço de 0,27%, cotado a R$ 5,16, maior valor de fechamento desde 30 de abril (R$ 5,19). Na semana passada, a moeda acumulou valorização de 1,29%, reduzindo as perdas no mês a 0,47%. Operadores observam que o dólar operou em nível similar e até inferior ao do contrato de dólar futuro para junho, o que sugere escassez de moeda no segmento spot. Segundo a Nova Futura Investimentos, como esta segunda-feira (27/05) é feriado nos Estados Unidos, a liquidez vai enxugando. Essa alta do dólar é uma combinação de redução da liquidez com a fala do Campos Neto.

Em evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV), Campos Neto diz que "vê a expectativa de inflação subindo bastante" em razão de vários fatores, entre eles o tema da credibilidade do Banco Central. Essa afirmação do presidente do Banco Central vem após ruídos provocados pela declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na semana passada, de que a meta de inflação brasileira é "exigentíssima e inimaginável”, o que levantou suspeitas sobre aumento da meta de inflação, uma vez que o governo ainda não publicou decreto com a mudança do modelo atual para o regime de meta contínua em 3% a partir de 2025. Ao atribuir a deterioração das expectativas a um questionamento à credibilidade do Banco Central, Campos Neto destoa de declarações recentes de diretores do Banco Central, que vinham reforçando a ideia sobre a piora fiscal e dos juros no exterior.

pesar de exibir leve apreciação em relação ao dólar em maio, o Real apresenta o pior desempenho entre divisas emergentes mais relevantes no mês, em especial na comparação com os pares latino-americanos, como os pesos mexicano e chileno. O C6 Bank observa que maio tem sido marcado por um enfraquecimento do dólar em relação à maioria das moedas, apesar da percepção de que os juros podem demorar mais a começar a cair nos Estados Unidos. Internamente, a agenda não é positiva. As dúvidas sobre a política fiscal cresceram, houve a troca de presidente da Petrobras e aumentou a preocupação com quem será o próximo presidente do Banco Central. A inflação implícita está subindo e as expectativas no Boletim Focus, também. Os investidores estão pedindo mais prêmios nos ativos locais.

No exterior, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, recuava cerca de 0,30%, ao redor dos 104,700 pontos, com queda acumulada de quase 1,50% em maio. Entre indicadores divulgados na sexta-feira (24/05), dados de sentimento do consumidor e expectativas de inflação nos Estados Unidos tiveram piora, mas abaixo da esperada. Já as encomendas de bens duráveis subiram 0,7% em abril, enquanto se esperava queda de 0,6%. Em nível bem esticado, o DXY caiu na sexta-feira (24/05) mesmo após monitoramento do CME Group mostrar deslocamento da aposta majoritária de primeiro corte de juros nos Estados Unidos de setembro para novembro (50,2% de chances). No ano, o Dollar Index ainda acumula avanço de mais de 3%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.