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27/May/2024

RS: setor de seguros avalia impactos da enchente

Segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), não é possível estimar quanto dos seguros acionados devido às enchentes no Rio Grande do Sul têm resseguro. Os contratos são entre as partes, e a entidade não têm uma estimativa relacionada ao grau de repasse dos riscos. Nos grandes riscos, a quantidade de resseguros costuma ser elevada. As seguradoras costumam reter de 10% a 20% dos riscos, repassando o restante para as resseguradoras. Nos massificados é o contrário, a maioria das seguradoras brasileiras retém praticamente todo o risco. Ainda não é possível afirmar se as enchentes no Rio Grande do Sul causarão a maior perda segurada no ramo rural. Dos R$ 1,673 bilhão em pedidos de indenização avisados às companhias, apenas R$ 47,294 milhões vieram do rural. A maior perda para o seguro agrícola no Brasil foi a das secas de 2022, provocadas pelo fenômeno climático El Niño.

Foram quase R$ 9 bilhões em pagamentos feitos pelas seguradoras, com o estado do Rio Grande do Sul sendo um dos mais expostos. As seguradoras já receberam R$ 1,673 bilhão em avisos de sinistro relacionados às enchentes no Rio Grande do Sul. O dado se refere aos pedidos recebidos até o dia 23 de maio. Foram ao todo 23.441 pedidos, sendo que 11.396 foram nos seguros residencial e habitacional. Logo depois vem o seguro de automóveis, com 8.216 avisos de sinistro feitos pelos clientes às seguradoras. Quanto ao valor financeiro, o seguro auto é o mais atingido, com R$ 557,429 milhões em pedidos de sinistro. Logo depois vêm os seguros de grandes riscos, com R$ 507,002 milhões. No seguro agrícola, o volume financeiro de pedidos foi relativamente mais baixo, de R$ 47,294 milhões. Seguramente, o valor final dos sinistros será muito maior do que este. Muitas pessoas vão notificar as seguradoras quando a situação acalmar.

As seguradoras estão preparadas para pagar as indenizações, porque têm provisionados os valores necessários. A CNseg evita fazer estimativas sobre o volume total de sinistros que as enchentes no Rio Grande do Sul devem provocar para o mercado. Muitas perdas só poderão ser mensuradas quando as águas baixarem. Possíveis projeções são "desprovidas" de base técnica. Os números de sinistros ainda devem crescer exponencialmente, mas o seguro de automóveis e os de grandes riscos provavelmente continuarão sendo os mais impactados. As enchentes não vão impactar na aceitação de seguros no Rio Grande do Sul nos próximos anos. Após eventos catastróficos que geram grandes perdas, o setor de seguros costuma adotar critérios mais rígidos para aceitar apólices. As enchentes no Rio Grande do Sul devem se tornar o de maior volume de indenizações pagas pelo setor no País. Isto inclui não apenas eventos climáticos, mas quaisquer tipos de evento.

Em Brumadinho (MG), o rompimento da barragem da Vale, em 2019, aconteceu em uma região pouco povoada. Desta vez, atingiu uma área populosa, grandes cidades. Os efeitos são disseminados, mas acontecem de forma ampla nos seguros massificados. Em grandes riscos, pode ter uma ou outra empresa mais impactada, mas tem o sistema de resseguros, que distribui os riscos. As empresas estão bem provisionadas e não há risco de nenhuma seguradora enfrentar problemas em relação a isso. A CNSeg mencionou a proposta de seguro social contra catástrofes, desenhada entre outros motivos pelas enchentes que o Estado enfrentou no ano passado. O seguro teria parcelas de valor baixo, seria cobrado na conta de luz em todo o País e pagaria indenizações de até R$ 15.000 em casos de catástrofes ambientais. Se já houvesse o seguro catástrofe, as pessoas estariam indenizadas há 15 dias. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.