23/May/2024
Segundo a Coface, o Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina deve desacelerar para 1,8% em 2024, por conta do cenário externo, preços de commodities mais baixos de modo geral e taxas de juros ainda em nível elevado. Brasil e México, por exemplo, devem desacelerar, embora continuem com crescimento acima da média da região. No Brasil, o PIB deve aumentar 2% em 2024, contrabalançando a ausência do apoio adicional da agricultura, que contribuiu para o crescimento em 2023, e, do lado positivo, um forte avanço no consumo das famílias. O Equador permanecerá estável, diante dos impactos do aumento da violência sobre o consumo e os investimentos. Na ponta positiva, o Chile e o Peru devem ter uma forte aceleração no crescimento em relação ao ano passado, com PIB de 2,5% em 2024, respectivamente. Mais modesto, o PIB da Colômbia deve avançar 1% neste ano.
A economia da Argentina, particularmente, deve permanecer em recessão e o PIB recuará 3% em 2024, devido a inflação elevada e os ajustes econômicos do governo de Javier Milei. O processo de desinflação na América Latina e a convergência dos preços para a meta serão mais lentos do que o esperado, o que deve manter as taxas de juros de bancos centrais locais elevadas, apesar do avanço na flexibilização monetária. Apesar disso, as moedas latinas terão maior depreciação cambial em 2024, em relação ao ano anterior, em meio ao ambiente incerto global e altas taxas de juros em economias desenvolvidas. Ponto fora da curva, a Argentina deve manter o processo de redução nas taxas de juros, desvalorizando a moeda local. A desvalorização monetária do país tem contribuído para o arrefecimento da inflação e os preços devem desacelerar nos próximos meses, alcançando 161% na taxa anual em dezembro.
As mudanças na indústria da China, com maior foco sobre tecnologia e energia limpa, devem aumentar a demanda por minérios da América Latina, especialmente o cobre e o lítio, cujos preços devem acelerar. Outras mudanças nas relações comerciais entre a China e a América Latina podem acontecer. No front comercial, o México também deve ampliar exportações na América do Norte, beneficiando-se do nearshoring e da renovação do acordo de exportações com os Estados Unidos e o Canadá. É possível o surgimento de um novo super ciclo de commodities. Mas é difícil dizer se este ciclo vai acontecer. Haverá um salto na demanda por cobre, lítio, cobalto, níquel e outros metais relevantes para tecnologias. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.