23/May/2024
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o primeiro quadrimestre de 2024 foi "excepcional" para as contas públicas, mas ponderou que ainda não há dimensão do desafio econômico que será gerado pelas tragédias no Rio Grande do Sul. O Rio Grande do Sul é uma questão que precisa ser enfrentada, uma questão humanitária, econômica, social. O governo federal não vai se furtar a atender o Rio Grande do Sul. Ele reforçou o desejo de que a economia do Estado se recupere o mais rápido possível e destacou que haverá reforço nacional em prol da reconstrução do Rio Grande do Sul, com parceria entre Executivo e Legislativo. O cenário externo gera desafios para a economia brasileira, como o próprio nível dos juros internacionais, especialmente dos Estados Unidos.
Deve haver atenção à guerra comercial, em um cenário em que a China "despeja" mercadorias muito baratas em outros países, e à inflação na economia norte-americana e na Europa. Mas, apesar das adversidades externas, o Brasil pode fazer um ajuste fiscal com baixo custo social já que "não deve nada a ninguém", não depende do Fundo Monetário Internacional (FMI) e tem uma reserva de dólares robusta. Ele citou o compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em impulsionar investimentos, como medidas referentes ao setor de aço e cerca de R$ 100 bilhões que poderão vir com o setor de celulose.
Fernando Haddad afirmou que a equipe econômica tem feito um esforço para que as medidas destinadas ao Rio Grande do Sul gerem o menor impacto primário possível. É difícil considerar o impacto que o Rio Grande do Sul vai ter nos próximos dois, três meses. Mas, o governo está fazendo esforço e usando criatividade, inclusive, como foi a renegociação da dívida do Rio Grande do Sul de três anos, para que impacto primário seja menor possível.
O ministro afirmou que, mesmo que haja queda na atividade em decorrência das chuvas, há o desejo de que o País colha ainda este ano os frutos da recuperação da economia do Estado. Em relação ao arcabouço fiscal, ele repetiu que há o desafio relacionado às vinculações de despesas. Isso está no radar. Tem questões de médio prazo que exigem da área econômica percepção de como compatibilizar esses vários interesses legítimos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.