16/May/2024
O dólar à vista fechou esta quarta-feira (15/05) em leve alta, com preocupações sobre a ingerência política na Petrobras impulsionando as cotações, por um lado, e os dados favoráveis de inflação nos Estados Unidos retirando parte da pressão sobre a moeda norte-americana, por outro. O dólar fechou a R$ 5,13, em leve alta de 0,13%. Em maio, porém, a divisa acumula queda de 1,08%. No início da sessão, o dólar passou por forte pressão de alta, repercutindo as notícias, da véspera, sobre a demissão de Jean Paul Prates do comando da Petrobras. No geral, a avaliação foi de que a saída de Prates representa uma ingerência política sobre a estatal, o que é malvisto pelo mercado.
Neste cenário, o dólar marcou a cotação máxima de R$ 5,17 (+0,80%). Segundo a One Investimentos, o mercado sempre se estressa em algum grau com qualquer tipo de possibilidade de intervenção do governo na economia. Então teve uma movimentação mais forte no dólar ante o Real), ainda que o DXY (índice do dólar) não estivesse tão forte no exterior. A pressão de alta trazida pela Petrobras, no entanto, foi em parte compensada pelos dados de inflação divulgados nos Estados Unidos. O Departamento do Trabalho do Estados Unidos informou que o índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 0,3% em abril, depois de avançar 0,4% em março e fevereiro.
Nos 12 meses até abril, o índice teve alta de 3,4%, ante 3,5% em março. Os números reforçaram as apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) terá espaço para efetuar dois cortes de sua taxa básica ainda em 2024, o que trouxe alívio para a curva de juros norte-americana e colocou o dólar em baixa ante todas as demais divisas. No auge do impulso baixista, o dólar marcou a mínima de R$ 5,12 (-0,17%). Na segunda parte sessão, a moeda norte-americana voltou a registrar leves ganhos ante o Real, sugerindo que o desconforto com a condução da Petrobras pelo governo ainda não havia sido superado.
Prova disso é que no fim da tarde o Real era a única divisa, entre as negociadas nos mercados globais, que perdia valor ante o dólar. Todas as demais subiam sob a influência positiva do CPI. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,69%, a 104,320. O Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de julho. O Banco Central informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de US$ 357 milhões em maio até o dia 10, com saídas líquidas de US$ 617 milhões pela via financeira e entradas de R$ 260 milhões pelo canal comercial. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.