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13/May/2024

Inflação de abril é a menor para o mês desde 2021

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou abril com alta de 0,38%, ante um avanço de 0,16% em março. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 1,80%. O resultado acumulado em 12 meses foi de 3,69% até abril, ante taxa de 3,93% até março. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses arrefeceu pelo sétimo mês consecutivo, passando de 3,93% em março para 3,69% em abril, a mais baixa desde junho de 2023, quando estava em 3,16%. A alta de 0,38% é o resultado mais baixo para o mês desde 2021, quando ficou em 0,31% A meta de inflação perseguida pelo Banco Central em 2024 é de 3,0%, com teto de tolerância de 4,50%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,37% em abril, após uma elevação de 0,19% em março. Com o resultado, o índice acumulou alta de 1,95% no ano. A taxa em 12 meses mostrou alta de 3,23%, ante taxa de 3,40% até março. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados.

Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,70% em abril, após alta de 0,53% em março. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,15% para o IPCA, que subiu 0,38% no mês. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 0,81% em abril, após ter avançado 0,59% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,39%, ante alta de 0,35% em março. Na passagem de março para abril, o consumidor se deparou com menos alimentos com aumentos de preços, porém, os reajustes foram mais agudos. O índice de difusão de itens alimentícios, que mostra o percentual de produtos com aumentos de preços, passou de 61% em março para 53% em abril. Teve menos subitens alimentícios com variação positiva, ou seja, essa queda no índice de difusão. Porém, teve variação maior em subitens alimentícios. Teve variação de dois dígitos no tomate e cebola. Teve variações mais altas em alimentos que têm peso relevante no consumo das famílias, isso acaba contribuindo para essa aceleração.

Os preços dos alimentos têm subido nos últimos meses por uma influência climática sazonal, agravada nesta temporada pela ocorrência do fenômeno El Niño. A ocorrência de chuvas intensas e ondas de calor ainda prejudica algumas lavouras, reduzindo a oferta de determinados itens. Cada alimento vai ter uma explicação individualizada. Porém, de maneira geral, no final do ano passado e início deste ano, continua se aplicando problemas climáticos sazonais. Isso acaba prejudicando alimentos mais sensíveis ao clima. O custo da alimentação no domicílio subiu 0,81% em abril. As famílias pagaram mais pelo mamão (22,76%), cebola (15,63%), tomate (14,09%) e café moído (3,08%). Os preços das carnes recuaram 0,97% em abril. Tem maior oferta de animais para abate e os preços das carnes têm caído nos últimos meses. A alimentação fora do domicílio aumentou 0,39% em abril. O lanche subiu 0,44% e a refeição fora de casa, 0,34%. Os preços de Transportes subiram 0,14% em abril, após queda de 0,33% em março.

O grupo deu uma contribuição positiva de 0,03% para o IPCA do mês. Os preços de combustíveis tiveram alta de 1,74% em abril, após avanço de 0,17% no mês anterior. A gasolina subiu 1,50%, após ter registrado alta de 0,21% em março, enquanto o etanol avançou 4,56% nesta leitura, após alta de 0,55% na última. A queda no preço das passagens aéreas deu a maior contribuição para conter a inflação oficial no País em abril. Nos primeiros quatro meses de 2024, as passagens aéreas já recuaram 39,53%, mas ainda não devolveram a alta de 82,03% acumulada nos últimos quatro meses de 2023. Nos 12 meses encerrados em abril, as passagens aéreas têm queda acumulada de 6,84%. Apesar da queda nas passagens aéreas, a gasolina subiu mais. Em abril, os combustíveis aumentaram 1,74%. O etanol subiu 4,56%, a gasolina avançou 1,50%, e o óleo diesel aumentou 0,32%. Já o gás veicular caiu 0,51%. A gasolina foi o item de maior pressão individual sobre a inflação de abril, uma contribuição de 0,08%.

A queda na passagem aérea e a alta na gasolina acabaram anulando seus impactos mutuamente. Ainda em transportes, o metrô subiu 1,72%. O ônibus urbano aumentou 0,01%. O táxi avançou 0,21%. As famílias brasileiras gastaram 0,01% a menos com habitação em abril, uma contribuição nula (0,00%) para a taxa de 0,38% registrada pelo IPCA no mês. A energia elétrica recuou 0,46%, uma contribuição negativa de -0,02% no IPCA. A energia elétrica registrou reajustes positivos e negativos em diferentes áreas pesquisadas em abril, mas houve influência também de variações em impostos que incidem sobre a conta de luz. Houve um aumento de INSS localizado em uma região, mas queda de PIS/Cofins em diferentes áreas investigadas. Teve queda de PIS/Cofins em diversas áreas da pesquisa, o que contribui para a queda na média do Brasil. Ainda no grupo habitação, a taxa de água e esgoto subiu 0,09%, influenciada pelo reajuste de 1,95% em Goiânia a partir de 1º de abril.

As famílias brasileiras gastaram 1,6% a mais com Saúde e cuidados pessoais em abril, uma contribuição de 0,15% para a taxa de 0,38% registrada pelo IPCA no mês. O avanço foi influenciado por reajustes do plano de saúde (0,76%, impacto de 0,03%), mas, sobretudo, dos produtos farmacêuticos. Em decorrência da autorização do reajuste de até 4,50% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março, os produtos farmacêuticos aumentaram 2,84% em abril, uma contribuição de 0,10% para o IPCA. Os destaques foram as altas do antidiabético (4,19%), do anti-infeccioso e antibiótico (3,49%) e do hipotensor e hipocolesterolêmico (3,34%). Dois dos nove grupos que integram o IPCA registraram quedas de preços em abril. Houve deflação em Artigos de residência (queda de 0,26% e impacto de -0,01%) e Habitação (queda de 0,01% e impacto de 0,00%).

Os aumentos foram registrados em Alimentação e bebidas (0,70%, impacto de 0,15%), Saúde e cuidados pessoais (1,16%, impacto de 0,15%), Despesas pessoais (0,10%, impacto de 0,01%), Educação (0,05%, impacto de 0,00%.), Vestuário (0,55%, impacto de 0,03%), Transportes (0,14% e impacto de 0,03%) e Comunicação (0,48% e impacto de 0,02%). Apenas 1 das 16 regiões investigadas pelo IBGE registrou queda de preços em abril. O resultado mais brando foi verificado em Fortaleza (CE), -0,15%, enquanto o mais elevado ocorreu em Aracaju (SE), 0,78%. A alta de 1,50% na gasolina exerceu a maior pressão sobre a inflação de abril, uma contribuição de 0,08% para a taxa de 0,38% registrada no mês pelo IPCA. Figuraram ainda no ranking de maiores pressões sobre o IPCA de março o tomate (0,04%), cebola (0,03%), plano de saúde (0,03%) e mamão (0,03%). Na direção oposta, os principais alívios partiram da passagem aérea (-0,08%), energia elétrica residencial (-0,02%) e arroz (-0,02%). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.