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10/May/2024

Dólar avança na contramão do movimento externo

O receio de que o Banco Central possa se tornar mais brando no combate à inflação a partir de 2025, quando os dirigentes indicados pelo governo Lula se tornarão maioria na instituição, fez o dólar subir mais de 1% nesta quinta-feira (09/05), com as cotações refletindo uma percepção de aumento do risco no Brasil, após a decisão na véspera sobre a Selic. O dólar fechou a R$ 5,14, em alta de 1,02%. Em maio, porém, a divisa ainda acumula baixa de 0,95%. O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por 5 votos a 4 cortar a taxa básica Selic em 25 pontos-base, para 10,50% ao ano. Foi justamente a divisão de votos que mais chamou a atenção: todos os cinco dirigentes que votaram por corte de 25 pontos-base na quarta-feira (08/05) foram indicados pelo governo anterior, enquanto os quatro diretores que defenderam corte de 50 pontos-base foram indicados pela administração Lula.

A divisão de votos ampliou as discussões no mercado sobre o perfil do Copom a partir de 2025, quando o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, e outros dois diretores serão substituídos por nomeações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Deste modo, a partir de janeiro, os indicados por Lula serão finalmente maioria no colegiado, o que para parte do mercado significa que o Banco Central poderá se tornar mais dovish (brando) no controle da inflação. Em meio a estes receios, o dólar disparou ante o Real já nos primeiros minutos da sessão, em sintonia com o forte avanço das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros). Segundo a Manchester Investimentos, o mercado está com medo de que, em 2025, o Brasil deixe de ter um Banco Central autônomo e passe a ter um Banco Central mais sujeito à influência política. Obviamente, quando surgem notícias impactantes como a da decisão do Copom, ocorre um primeiro baque: todo mundo faz operações de proteção, ainda que depois haja uma correção.

No pico, o dólar foi cotado a R$ 5,17 (+1,71%). Depois desacelerou um pouco, mas ainda assim encerrou perto dos R$ 5,15. A alta ocorreu a despeito de, no exterior, o dólar estar em queda ante as divisas fortes e em relação à maioria das moedas de exportadores de commodities e emergentes. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,27%, a 105,220. Também ficou em segundo plano nas mesas de operação o anúncio do governo brasileiro de ajuda de R$ 50,9 bilhões ao Rio Grande do Sul, em função da tragédia provocada pelas chuvas, com impacto no resultado primário de R$ 7,7 bilhões. O Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de julho. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.