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10/May/2024

Enchentes no RS podem ter impacto no PIB e IPCA

Segundo o Bradesco, as fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul nos últimos dias podem ter um impacto negativo entre 0,2% e 0,3% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2024. A estimativa leva em conta o peso do Estado na economia do País. O principal impacto na atividade será em maio, com o maior potencial de perdas nos setores agropecuário, indústria e transportes. Em junho, porém, grande parte das atividades estará normalizada, a depender do ritmo de reconstrução do Estado. O risco é que nem todas as estruturas produtivas destruídas pela enchente sejam reconstruídas, especialmente em setores que enfrentam dificuldades competitivas, implicando em perdas que podem ser mais duradouras. Por outro lado, setores econômicos podem se tornar mais competitivos se a reconstrução levar a ganhos de produtividade.

As fortes enchentes do Estado podem ter levado a uma perda de 800 mil toneladas de arroz e 3,2 milhões de toneladas de soja na produção, o que corresponde a 7,5% da produção de arroz no País e 2,2% de soja. As estimativas, porém, ainda são conservadoras, pois não há como saber o comprometimento da parcela dos grãos que já foram colhidos. O Bradesco também estima efeitos negativos nos suínos e frangos, e projeta que esses impactos podem levar a um recuo de 3,5% no PIB agropecuário do ano, ante estimativa anterior de queda de 3%. As perdas no agronegócio podem ser ampliadas pela logística, que afeta o escoamento da safra e impede a chegada de insumos. Para a indústria, porém, a expectativa é que parte do setor retome o nível de produção em poucas semanas. Os efeitos serão localizados, sem problemas na cadeia produtiva para outros Estados. No entanto, há riscos de uma interrupção prolongada, diante dos danos físicos.

Além disso, as enchentes do Rio Grande do Sul podem gerar um impacto potencial de 0,2% à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024. A estimativa considera uma alta de 5% da cotação da soja e um choque próximo de 20% do arroz no atacado. No momento, o arroz é a principal fonte de preocupação. O ciclone subtropical que atingiu o Rio Grande do Sul em maio de 2008 levou a alta de cerca de 40% para o cereal no atacado e 20% no IPCA em um mês. A valorização do arroz naquele ano também teve influência dos preços internacionais, em um contexto de menor produção e embargos à exportação impostos por diversos países. Há, também, alguma preocupação com os preços da soja. Houve queda da produção do grão neste ano no País e possíveis perdas no Rio Grande do Sul resultariam em uma menor oferta no mercado doméstico, levando a alguma pressão sobre os prêmios no segundo semestre. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.