ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

06/May/2024

Produção industrial sobe em março ante fevereiro

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial subiu 0,90% em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal. Em relação a março de 2023, a produção caiu 2,80%. No acumulado do ano, a indústria teve alta de 1,90%. No acumulado em 12 meses, houve alta de 0,70%, ante avanço de 1,00% até fevereiro. A indústria brasileira chegou a março de 2024 operando 0,4% acima do patamar de fevereiro de 2020: 9 das 25 atividades investigadas rodam em nível superior ao pré-crise sanitária. Em março de 2024, os níveis mais elevados em relação ao patamar de fevereiro de 2020 foram os registrados pelas atividades de outros equipamentos de transporte (21,6%), produtos do fumo (17,0%), impressão e reprodução de gravações (8,5%), produtos alimentícios (7,3%) e derivados do petróleo (6,9%). Também se mantinham acima do pré-pandemia os segmentos de máquinas e equipamentos (5,0%), celulose e papel (4,7%), indústrias extrativas (4,6%) e bebidas (1,3%).

No extremo oposto, os segmentos mais distantes do patamar pré-pandemia são artigos de vestuário e acessórios (-26,9%), móveis (-26,8%), produtos diversos (-26,5%), manutenção de máquinas e equipamentos (-22,0%), máquinas e materiais elétricos (-15,2%), veículos (-14,9%) e couro, artigos de viagem e calçados (-14,0%). Entre as categorias de uso, a produção de bens de capital está 4,7% acima do nível de fevereiro de 2020. A fabricação de bens intermediários está 3,6% acima do pré-Covid. Os bens duráveis estão 18,0% abaixo do pré-pandemia, e os bens semiduráveis e não duráveis estão 3,2% aquém do patamar de fevereiro de 2020. A Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF) registrou redução em 20 dos 25 ramos industriais analisados em março ante fevereiro. O recuo na fabricação de produtos químicos (-8,1%), máquinas e equipamentos (-12,9%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-15,6%), veículos (-6,4%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-16,1%) puxaram a queda de 2,8% na indústria brasileira em março de 2024 ante março de 2023.

Houve retração em 17 dos 25 ramos industriais investigados em março de 2024 ante março de 2023. O desempenho foi influenciado pelo efeito calendário: o mês de março de 2024 teve 20 dias úteis, 3 dias úteis a menos do que março de 2023, que teve 23 dias úteis. A queda precisa ser relativizada, na medida que há diferença importante de dias úteis. Entre as oito atividades com expansão na produção, as principais contribuições positivas partiram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (2,8%) e indústrias extrativas (1,6%). Outros impactos positivos relevantes foram registrados por celulose, papel e produtos de papel (4,2%) e outros equipamentos de transporte (7,7%). O índice de difusão, que mostra a proporção de produtos com avanço na produção em relação ao mesmo mês do ano anterior, passou de 58,6% em fevereiro para 35,7% em março. A alta de 0,9% na produção industrial em março ante fevereiro fez o setor acumular uma elevação de 1,1% em dois meses seguidos de avanços. O resultado do mês anterior, de fevereiro ante janeiro, foi revisto de uma diminuição de 0,3% para leve aumento de 0,1%.

A alta recente na indústria não elimina a queda de 1,1% registrada em janeiro ante dezembro, mas a produção cresce por dois meses seguidos, configurando uma melhora de comportamento. Após passar meses rodando no nível de janeiro e fevereiro de 2009, o avanço recente fez o patamar de produção se aproximar do nível em que a indústria operava em março de 2009. Isso dá dimensão de quanto o setor industrial precisa recuperar das perdas do passado. A indústria brasileira tem mostrado tendência positiva nos últimos meses. A melhora na produção, vista desde meados do ano passado, tem sido calcada na evolução favorável do mercado de trabalho, com contribuição também da redução na taxa básica de juros. Na passagem de fevereiro para março, a produção cresceu 0,9%, após uma leve alta de 0,1% no mês anterior. Na série com ajuste sazonal, em comparação ao mês imediatamente anterior, a trajetória da indústria foi predominantemente positiva desde agosto de 2023.

A única exceção no período foi o mês de janeiro de 2024, quando a produção recuou 1,1%. A série com ajuste dá uma leitura positiva para esse setor industrial. Tem uma maior presença de resultados positivos em sequência desde agosto do ano passado. Tem leitura positiva observada nos últimos meses. Essa trajetória positiva está diretamente associada à melhora do mercado de trabalho, com aumento no número de trabalhadores ocupados e ampliação da massa de salários em circulação na economia. A taxa de juros está em patamares mais baixos do que tinha no passado. São fatores que ajudam a explicar a melhora nesse setor industrial não só neste mês. Não é possível antecipar o desempenho da indústria nos meses vindouros, mas esses mesmos elementos que ajudaram a explicar o avanço na produção recente ainda permanecem presentes no cenário macroeconômico atual, ou seja, podem influenciar as próximas leituras da pesquisa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.