03/May/2024
O dólar fechou em forte baixa ante o Real nesta quinta-feira (02/05), com as cotações reagindo, na volta do feriado de 1º de maio, às mensagens de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e à decisão da Moody’s de melhorar a perspectiva de classificação de crédito do Brasil. A moeda norte-americana fechou a R$ 5,11, em baixa de 1,53%. Foi o maior recuo percentual em um único dia desde 23 de agosto do ano passado, quando cedeu 1,63%. Em 3 de novembro do ano passado, o dólar também havia recuado 1,53%. Na quarta-feira (1º/05), com os mercados fechados no Brasil em função do Dia do Trabalho, o Fed manteve as taxas de juros na faixa de 5,25% a 5,50% e sinalizou que ainda está inclinado a eventuais reduções nos custos de empréstimos nos Estados Unidos, uma notícia que pesou sobre a curva de juros norte-americana na véspera e que, em tese, é desfavorável ao dólar.
Além disso, a agência Moody's reafirmou a classificação de risco de crédito do Brasil em Ba2, mas alterou a perspectiva do País de "estável" para "positiva", citando um PIB mais robusto e um progresso contínuo, embora gradual, em direção à consolidação fiscal. No mercado de câmbio a ação da Moody’s foi considerada favorável ao Real (desfavorável ao dólar), já que o País pode se tornar no futuro, com eventual retomada do grau de investimento, mais atrativo ao capital externo. Assim, estes dois fatores, o Fed e a Moody’s, pesaram sobre as cotações do dólar na reabertura do mercado brasileiro nesta quinta-feira (02/05). A One Investimentos atribuiu a queda do dólar mais ao exterior. Como não teve mercado no Brasil no dia 1º de maio, quando os negócios voltaram, o dólar já cedeu. A Moody’s, obviamente, é importante.
De fato, após registrar a cotação máxima de R$ 5,19 (+0,03%) no primeiro minuto da sessão, o dólar despencou no Brasil. O movimento de queda continuou, com a moeda à vista atingindo a cotação mínima de R$ 5,10 (-1,79%). A partir do nível de R$ 5,10, considerado por vários profissionais como uma espécie de “piso” de oscilação para o dólar após o movimento mais recente de reprecificação global, o dólar recuperou um pouco da força, mas ainda assim fechou em queda firme. Chamaram ainda a atenção os fortes números do balanço de pagamentos brasileiro, divulgados pelo Banco Central. O País teve um déficit em transações correntes de US$ 4,579 bilhões em março, pior que o saldo negativo de US$ 3,1 bilhões projetado por economistas do mercado.
No entanto, o Investimento Direto no País (IDP) alcançou US$ 9,591 bilhões, contra US$ 6,85 bilhões projetados na pesquisa da Reuters. Na prática, o IDP mais do que cobriu o déficit em transações correntes. No acumulado do primeiro trimestre, o déficit em transações foi de US$ 14,4 de dólares, mas entraram no País via IDP, US$ 23,3 bilhões. O Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de julho. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,30%, a 105,390. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.