03/May/2024
O banco Santander espera que o Plano Safra 2024/2025 tenha uma taxa de juros de 11% para crédito rural, de modo geral, e volume de recursos estável ante 2023/2024 (total estimado R$ 435,8 bilhões). Anteriormente, a instituição esperava juros menores, de 10%. Entre os motivos para a revisão, estão a atual situação fiscal do Brasil e a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) venha a subir suas taxas. Para a Selic, a expectativa é de que o ano se encerre com juros entre 9,75% e 10%, ante previsão anterior de 8,5%.
Vai ser um Plano Safra mais baseado em taxas de mercado do que em taxas subsidiadas e com menor equalização de taxa, dada a questão fiscal. A nova linha do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), anunciada no dia 28 de abril, não muda o cenário de crédito atual. Isso porque a linha não é subsidiada e, portanto, é igual ou muito parecida ao que já é oferecido pelos bancos privados. Nesse sentido, não haverá um cenário de escassez de crédito no mercado, mas sim do agricultor com pouco apetite para investimentos, com a quebra de safra e preços das commodities mais baixos.
O problema do mercado hoje é vontade do produtor, crédito e garantia. Não é quantidade de linha e crédito disponível. O agricultor também está com um “azedo na boca” de ter comprado equipamentos e insumos em níveis mais altos ano passado, e agora estar vendo os mesmos produtos em níveis mais baratos. Esse cenário também deve causar impacto na carteira de clientes do banco dentro do agro. A expectativa é de que ela cresça entre 15% e 20% no ano, ante uma alta de 40% no ano passado em comparação a 2022. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.