03/May/2024
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) melhorou a sua projeção para o crescimento da economia brasileira neste ano, mas ainda vê desaceleração frente a 2023. O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve ter alta de 1,9% em 2024, acima da estimativa anterior de aumento de 1,8%. No ano passado, o País cresceu 2,9%. Impulsionados pelo crescimento robusto do emprego, os aumentos do salário-mínimo e a diminuição da inflação, espera-se que os gastos das famílias sejam o principal motor do crescimento, especialmente em 2024.
A organização também melhorou sua expectativa à frente, quando vê a economia brasileira acelerando o passo. O PIB do Brasil deverá crescer em 2025, ante projeção anterior de 2,0%. Mas, há riscos de baixa para as projeções econômicas do Brasil. Maiores tensões geopolíticas e o crescimento mais lento na China, um importante parceiro comercial do País, poderiam atenuar a demanda externa, enquanto desequilíbrios fiscais representam ameaças de pressões inflacionárias. Nesse sentido, é importante uma consolidação fiscal no Brasil.
A chave para restaurar a confiança nas finanças públicas está no cumprimento da meta do resultado primário e na implementação do novo arcabouço fiscal. Uma reforma mais ampla da política fiscal ajudaria a criar espaço fiscal e a melhorar a sustentabilidade da dívida. Haverá benefícios com ajustes do lado das despesas e não apenas na maior captação. As incertezas quanto a recentes medidas fiscais e ainda pressões nas despesas de saúde e educação podem lançar dúvidas quanto à capacidade de o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregar a meta de déficit primário zero prometida para este ano.
O endividamento do Brasil deverá aumentar levemente, porque, no ritmo atual, o orçamento primário não é capaz de estabilizar o nível da dívida nos atuais 75% do PIB. A OCDE espera que a inflação no Brasil continue convergindo para a meta neste e no próximo ano. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve recuar para 4,0% e 3,3%, respectivamente. Em 2023, foi de 4,6%. A tendência geral indica uma provável descida adicional da inflação ao longo do ano. Neste cenário de queda da inflação, a flexibilização da política monetária no Brasil deverá continuar ao longo de 2024.
Por sua vez, as incertezas no cenário internacional manterão o investimento privado moderado ao longo do ano atual. À medida que a inflação diminui ainda mais, são esperados cortes adicionais nas taxas de juros, reduzindo a Selic para 8,75% até ao fim de 2024 e 8,25% até o segundo semestre de 2025. Contudo, o ritmo dos cortes na taxa de juro brasileira pode ser afetado por maiores incertezas internas como questões fiscais, que poderiam afetar a dinâmica do câmbio e da inflação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.