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22/Apr/2024

Banco Central deve reduzir ritmo de corte da Selic

As declarações recentes do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicando a possibilidade de mudança da rota da Selic, puseram fim ao consenso que existia no mercado sobre o resultado da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para o início de maio. Embora a estimativa de um corte de 0,5% ainda seja majoritária, cresceu a percepção de risco de um freio nos juros já agora em maio. Com isso, algumas casas financeiras passaram a trabalhar com um corte de 0,25%, o que levaria a taxa básica de juros para 10,50% ao ano, ante os atuais 10,75%. De 33 instituições financeiras consultadas, 4 mudaram suas estimativas, entre elas, a ASA Investments e a GAP Asset. Houve uma piora do cenário que justificaria atropelar o ‘guidance’ indicado na última ata do Copom.

Consenso agora só mesmo em torno da reunião do Copom em junho. Segundo a pesquisa, o mercado vê um corte de 0,25% como o resultado mais provável. Isso fez mudar também o índice esperado para a Selic no encerramento do ano que subiu de 9% para 9,5%. Desde a última reunião do Copom, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sepultou de vez as esperanças de quem apostava numa redução dos juros no país ainda neste semestre, enquanto as tensões no Oriente Médio avançaram. Na semana passada, foi a vez de a equipe econômica anunciar mudanças nas metas fiscais, adiando o ajuste nas contas públicas. Resultado: o dólar, que estava na faixa de R$ 4,97 quando aconteceu a reunião de março do Copom, tem registrado forte valorização frente ao Real.

Nesse ambiente, o próprio presidente do Banco Central indicou que a instituição pode pisar no freio dos juros se as incertezas seguirem muito altas. Segundo ele, o trabalho do Banco Central fica muito mais difícil, por exemplo, se houver a percepção de que não há uma âncora fiscal. Com o compromisso de que o Banco Central fará tudo o que for necessário para a inflação voltar à meta central, fixada em 3%, as falas foram entendidas no mercado como um aviso para a reunião do Copom de maio. A MB Associados prevê um racha entre diretores do Banco Central na próxima reunião, cujas decisões têm sido tomadas por unanimidade. A partir do momento em que houve mudanças no fiscal, há a possibilidade de o Banco Central também ajustar a sua condução da política monetária. É possível que o Copom de maio já apresente divergências. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.