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11/Apr/2024

Inflação: taxa é a mais baixa para março desde 2020

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou março com alta de 0,16%, ante um avanço de 0,83% em fevereiro. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 1,42%. O resultado acumulado em 12 meses foi de 3,93% até março, ante taxa de 4,50% até fevereiro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,19% em março, após uma elevação de 0,81% em fevereiro. Com o resultado, o índice acumulou alta de 1,58% no ano. A taxa em 12 meses mostrou alta de 3,40%, ante taxa de 3,86% até fevereiro. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados. A alta de 0,16% registrada pelo IPCA em março de 2024 foi o resultado mais baixo desde julho de 2023, quando ficou em 0,12%. No entanto, para meses de março, a taxa foi a mais branda desde 2020, quando houve elevação de 0,07%. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses arrefeceu pelo sexto mês consecutivo, passando de 4,50% em fevereiro para 3,93% em março, a mais baixa desde junho de 2023, quando estava em 3,16%.

A meta de inflação perseguida pelo Banco Central em 2024 é de 3,0%, com teto de tolerância de 4,50%. O índice de difusão, que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, passou de 57% em fevereiro para 56% em março. A difusão de itens alimentícios passou de 56% em fevereiro para 61% em março. A difusão de itens não alimentícios saiu de 58% em fevereiro para 52% em março. A inflação oficial no País desacelerou em março por conta, principalmente, do fim de pressões vistas em fevereiro referentes aos reajustes de mensalidades escolares. A alta de preços de alimentos também desacelerou. Ainda assim, o grupo Alimentação e bebidas teve o maior impacto no IPCA de março. O grupo Alimentação e bebidas saiu de aumento de 0,95% em fevereiro para 0,53% em março. Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,53% em março, após alta de 0,95% em fevereiro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,11% para o IPCA. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 0,59% em março, após ter avançado 1,12% no mês anterior.

A alimentação fora do domicílio subiu 0,35%, ante alta de 0,49% em fevereiro. Na passagem de fevereiro para março, o consumidor encarou mais alimentos com aumentos de preços, porém os reajustes foram mais amenos. Teve alta de preços em mais subitens alimentícios, porém, essa alta foi menor. Os preços dos alimentos têm subido nos últimos meses por uma influência climática sazonal, que neste ano foi agravada pela ocorrência do fenômeno El Niño, que prejudicou algumas lavouras, reduzindo a oferta de determinados itens. Nos últimos meses, teve a questão histórica de altas nos alimentos nos meses de verão, por conta de altas temperaturas, por causa de chuvas. E, em 2024 esse efeito foi intensificado por causa do El Niño. Em alguns casos, ainda se observa uma alteração na oferta de produtos, com aumento de preços. O custo da alimentação no domicílio subiu 0,59% em março. As famílias pagaram mais pela cebola (14,34%), tomate (9,85%), ovo de galinha (4,59%), frutas (3,75%) e leite longa vida (2,63%). A alimentação fora do domicílio aumentou 0,35%. O lanche subiu 0,66%, enquanto a refeição fora de casa avançou 0,09%.

Outra contribuição partiu do grupo Transportes, que passou de alta de 0,72% em fevereiro para uma queda de 0,33% em março. As passagens aéreas recuaram, e a gasolina reduziu o ritmo de alta em março. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,07% para o IPCA. Os preços de combustíveis tiveram alta de 0,17% em março, após avanço de 2,93% no mês anterior. A gasolina subiu 0,21%, após ter registrado alta de 2,93% em fevereiro, enquanto o etanol avançou 0,55% nesta leitura, após alta de 4,52% na última. A queda no preço das passagens aéreas deu a maior contribuição para conter a inflação oficial no País em março. O subitem recuou 9,14% no mês, um impacto negativo de -0,07% para a taxa de 0,16% registrada pelo IPCA de março. No ano, as passagens aéreas já recuaram 31,21%, mas o item ainda acumula um avanço de 18,65% em 12 meses. Nos meses de férias, há naturalmente uma maior demanda de viagens. Isso contribuiu para a alta dos preços das passagens aéreas no fim do ano passado. Quanto ao recuo mais recente, pode estar relacionado tanto ao fim desse período de férias quanto à redução no preço do querosene de aviação.

Além da queda nas passagens aéreas, a gasolina subiu menos em março. Em março, os combustíveis aumentaram 0,17%. O etanol subiu 0,55%, e a gasolina avançou 0,21%. O gás veicular caiu 2,21%, e óleo diesel recuou 0,73%. O subitem táxi teve alta de 0,23%. O ônibus intermunicipal aumentou 0,75%. O ônibus urbano reduziu 0,06%. O trem recuou 0,19%. As famílias brasileiras gastaram 0,43% a mais com Saúde em março, uma contribuição de 0,06% para a taxa de 0,16% do IPCA no mês passado. O avanço foi influenciado por reajustes do plano de saúde (0,77%) e dos produtos farmacêuticos (0,52%). Entre os farmacêuticos, os destaques foram os aumentos no anti-infeccioso e antibiótico (1,27%) e no analgésico e antitérmico (0,55%). A alta de 0,77% no plano de saúde exerceu a maior pressão sobre a inflação de março, uma contribuição de 0,03%. Figuraram ainda no ranking de maiores pressões sobre o IPCA de março o tomate (0,03%), cebola (0,03%), cinema, teatro e concertos (0,02%) e banana-prata (0,02%). Na direção oposta, os principais alívios partiram da passagem aérea (-0,07 ponto), batata-inglesa (-0,05 ponto) e pacote turístico (-0,03 ponto).

As famílias brasileiras gastaram 0,19% a mais com habitação em março, uma contribuição de 0,03% para a taxa de 0,16% registrada em março. A energia elétrica aumentou 0,12%. A taxa de água e esgoto subiu 0,04% em março. O gás encanado recuou 0,05%. Três dos nove grupos que integram o IPCA registraram quedas de preços em março. Houve deflação em Artigos de residência (queda de 0,04% e impacto de 0,00%), Transportes (queda de 0,33% e impacto de -0,07%) e Comunicação (queda de 0,13% e impacto de -0,01%). Os aumentos foram registrados em Alimentação e bebidas (0,53%, impacto de 0,11%), Saúde e cuidados pessoais (0,43%, impacto de 0,06%), Despesas pessoais (0,33%, impacto de 0,03%), Educação (0,14%, impacto de 0,01%), Habitação (0,19%, impacto de 0,03%) e Vestuário (0,03%, impacto de 0,00%). Apenas 1 das 16 regiões investigadas registrou queda de preços em março. O resultado mais brando foi verificado em Porto Alegre (RS), -0,13%, enquanto o mais elevado ocorreu em São Luís (MA), 0,81%.

Segundo a MAG Investimentos, a leitura de março do IPCA teve surpresas positivas disseminadas entre os principais componentes do indicador, com destaque para a desaceleração na margem observada na média dos núcleos e nos serviços subjacentes. Esse cenário mantém o espaço aberto para o Banco Central continuar o ciclo de reduções na Selic. A incerteza com o cenário internacional, contudo, retira um pouco desse otimismo doméstico com relação à condução da política monetária. O CPI nos Estados Unidos veio pior do que o imaginado, então freia um pouco desse otimismo. A condução da política monetária norte-americana e a possibilidade de adiamento do ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos tendem a impactar o nível de juro no Brasil. Caso os preços de commodities sigam comportados, pode haver, por exemplo, deflação na alimentação do domicílio no meio do ano. O cenário deve ser de desaceleração da inflação de serviços nas próximas leituras. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.