11/Apr/2024
O Banco Mundial, em relatório divulgado nesta quarta-feira (10/04), alerta para um momento crítico na América Latina e Caribe e defende uma agenda urgente para revitalizar o crescimento econômico local. O organismo cortou a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) da região para 1,6% neste ano, contra previsão anterior de alta de 2,3%. A batalha contra a inflação está sendo vencida, mas o crescimento continua baixo. Esse é um problema de longo prazo e ainda há alguma recuperação da pandemia. Pesam, sobretudo, ventos contrários globais. A manutenção de taxas de juros elevadas continua a deprimir as recuperações em todo o mundo. Mas, a grande mudança se deu por causa da Argentina. O Banco Mundial espera que a Argentina encolha 2,8% neste ano. No ano passado, a Argentina já havia amargado queda de 1,6%. A recuperação virá a partir de 2025. Se retirar a Argentina das projeções, será 2,2%.
O mais importante é que: se o crescimento é de 2%, 2,5%, ou 1,5%, não importa. Essas taxas de crescimento são muito baixas. O Banco Mundial estima que a América Latina e Caribe vai crescer 2,7% em 2025 e 2,6% em 2026. O baixo crescimento persistente não é apenas uma estatística econômica, é uma barreira para o desenvolvimento. Quando as economias ficam estagnadas, o potencial de sua população é limitado. É preciso agir de forma decisiva para ajudar a América Latina e o Caribe a sair desse ciclo. Há necessidade de reformas na região na próxima década, não só para entregar uma expansão mais pujante bem como para reduzir a pobreza. Esse é o caminho para que a América Latina e Caribe possa começar a falar em um crescimento maior, talvez, na casa dos 5%. Apesar do baixo crescimento, a gestão dos preços tem sido um ponto positivo na região da América Latina e Caribe, o que permite os bancos centrais locais seguirem cortando as suas taxas.
A inflação regional é de 3,5%, sem considerar os indicadores da Argentina e da Venezuela, contra média de 5,7% dos países que formam a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Na maioria dos países da América Latina e Caribe, as expectativas de inflação continuam ancoradas e espera-se que as metas dos bancos centrais sejam alcançadas em 2024. Sob a ótica fiscal, os gastos do governo continuam elevados. A razão dívida/PIB aumentou consideravelmente em 2023 em comparação com 2022, permanecendo acima dos 59% em 2019. Embora os juros estejam em queda, em muitos países seguem altos, o que mantém a pressão sobre o serviço da dívida. Os déficits persistentes de conta corrente refletem, em grande parte, desequilíbrios fiscais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.