11/Apr/2024
O índice de preços ao consumidor (CPI) mais forte que o esperado por analistas para março nos Estados Unidos provocou ajustes nas expectativas do mercado para a política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), com tendência de que cortes nos juros fiquem para mais tarde. No monitoramento do CME Group, a chance de um corte aparecia como majoritária apenas para setembro, com 73,8% de possibilidade de algum corte, sendo 26,2% por manutenção. Detalhando as faixas no quadro para setembro, há 46,8% de chance de um corte de 25 pontos-base; 26,2% por manutenção no nível atual, entre 5,25% e 5,50%; 23,3% por corte de 50 pontos-base; 3,6% por redução de 75 pontos base; e 0,1% por corte de 100 pontos-base.
Para a próxima decisão, de 1º de maio, havia 98,4% de chance de manutenção dos juros, com 1,6% por redução de 25 pontos-base. Na reunião de 12 de junho, havia 76,8% de possibilidade de manutenção; 22,9% de corte de 25 pontos-base; e 0,3% de uma redução de 50 pontos-base. Em 31 de julho, a chance de manutenção estava em 56,1%; a de um corte de 25 pontos-base estava em 37,5%; a de uma redução de 50 pontos-base em 6,3%; e a de um corte de 75 pontos-base, em 0,1%. Na última decisão do ano, em 18 de dezembro, o quadro visto como mais provável (35,4%) é de um corte de apenas 50 pontos-base até o fim de 2024; seguido (30,8%) por corte ainda menor, de 25 pontos-base; há ainda 18,7% de chance de redução de 75 pontos-base; 9,8% de manutenção; e 4,7% de uma redução de 100 pontos-base; e 0,5% de um corte de 125 pontos-base.
Na avaliação da Oxford Economics, o índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos em março não cai bem para o Fed nem os mercados financeiros. O dado desta quarta-feira (10/04) eleva a chance de que o Fed reduza os juros apenas duas vezes neste ano, cada uma delas em 25 pontos-base. O dado de março repete uma tendência recente de ganho acima do previsto no CPI dos Estados Unidos. O aperto nas condições do mercado financeiro pode fazer parte do trabalho do Fed para conter preços, permitindo que ele espere potencialmente mais tempo para agir. A força do mercado de trabalho e os ganhos recentes na inflação dão ao Fed "argem de manobra para ser paciente. Caso o Fed não corte os juros em junho, a janela estará fechada até setembro pois há poucos dados divulgados entre junho e julho para mudar os cálculos do Fed.
A Oxford vê ainda similaridades no quadro da inflação nos Estados Unidos neste ano e em 2023, com ganhos mais fortes no início do ano e tendência de perda de fôlego no segundo semestre. Há claramente sazonalidade residual no CPI, mas isso deve ficar mais favorável em breve. Custos com moradia pressionam a inflação, mas não apenas isso. Os preços de seguros de carros seguem com alta rápida, além de ganhos mensais em vestuário, energia, cuidados médicos, cuidados pessoais e educação. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirma que CPI de março mostra que há mais a fazer para reduzir custos das famílias trabalhadoras. Os preços ainda estão muito elevados em moradia e nas compras de mantimentos, mesmo que os preços para itens cruciais como leite e ovos são mais baixos que um ano atrás.
O presidente Joe Biden afirma que tem um plano para reduzir custos para a construção de moradias e renovar mais de 2 milhões de residências. E pediu às corporações, inclusive varejistas de mantimentos, que usem os lucros recordes para reduzir preços. A inflação recuou mais de 60% de seu pico e combatê-la é a maior prioridade econômica atual. Biden vê progresso, com alta maior nos salários, renda mais alta que antes da pandemia e taxa de desemprego ainda abaixo de 4% na sequência mais longa em 50 anos. Mas, ele afirma que é preciso fazer mais e menciona sua agenda para reduzir custos de medicamentos prescritos, seguro-saúde e dívida estudantil. Também critica os republicanos do Congresso por, segundo ele, quererem cortar juros para bilionários e grandes corporações, enquanto ajudam gigantes do setor farmacêutico a elevar custos. "Não deixarei que façam isso", conclui Biden no comunicado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.