ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

11/Apr/2024

Tecnologia: aposta na superinteligência artificial

Há uma corrida em andamento para desenvolver a inteligência geral artificial (AGI), uma visão futurista de máquinas que são tão inteligentes quanto os humanos ou que, pelo menos, podem fazer muitas coisas tão bem quanto as pessoas. Alcançar esse conceito é a missão principal da OpenAI, criadora do ChatGPT, e uma prioridade para as alas de pesquisa de elite das gigantes da tecnologia Amazon, Google, Meta e Microsoft. Também é motivo de preocupação para os governos mundiais. Os principais cientistas de IA publicaram uma pesquisa no dia 4 de abril na revista Science em que alertam que agentes de IA não controlados com habilidades de “planejamento de longo prazo” podem representar um risco existencial para a humanidade. Mas o que exatamente é AGI e como saberemos quando ela for alcançada? Antes à margem da ciência da computação, agora é uma palavra da moda que está sendo constantemente redefinida por aqueles que tentam torná-la realidade.

Ela não deve ser confundida com a IA generativa, que descreve os sistemas de IA por trás de ferramentas que “geram” novos documentos, imagens e sons. A inteligência geral artificial é uma ideia mais nebulosa. Não é um termo técnico, mas “um conceito sério, embora mal definido”, disse Geoffrey Hinton, cientista pioneiro na área que foi apelidado de “padrinho da IA”. “Não creio que haja consenso sobre o significado do termo”, disse Hinton. “Eu o uso para designar uma IA que seja pelo menos tão boa quanto os humanos em quase todas as coisas cognitivas que os humanos fazem.” Hinton prefere um termo diferente, “superinteligência”, para AGIs que são melhores que os humanos. Um pequeno grupo de defensores iniciais do termo AGI estava tentando evocar a forma como os cientistas da computação de meados do século 20 imaginavam uma máquina inteligente.

Isso foi antes de a pesquisa de IA se ramificar em subcampos que avançaram em versões especializadas e comercialmente viáveis da tecnologia, desde o reconhecimento facial até assistentes que reconhecem a fala, como Siri e Alexa. A pesquisa convencional de IA se afastou da visão original da inteligência artificial, que no início era bastante ambiciosa, disse Pei Wang, professor que ministra um curso de AGI na Temple University e ajudou a organizar a primeira conferência de AGI em 2008. Colocar o “G” em AGI foi um sinal para aqueles que ainda querem fazer algo grandioso. Não é criar ferramentas. Trata-se de construir uma máquina pensante. Sem uma definição clara, é difícil saber quando uma empresa ou grupo de pesquisadores terá alcançado a inteligência geral artificial, ou se já a alcançou. Vinte anos atrás, as pessoas teriam concordado que sistemas com a capacidade do GPT-4 ou do Gemini (do Google) haviam alcançado uma inteligência geral comparável à dos seres humanos.

Ser capaz de responder a mais ou menos qualquer pergunta de forma sensata teria passado no teste. Mas agora que a IA pode fazer isso, as pessoas querem mudar o teste. Os aprimoramentos nas técnicas de IA “autorregressiva” que preveem a próxima palavra mais plausível em uma sequência, combinados com um enorme poder de computação para treinar esses sistemas com uma grande quantidade de dados, resultaram em chatbots impressionantes, mas eles ainda não são exatamente a AGI que muitas pessoas tinham em mente, capazes de realizar uma ampla variedade de tarefas, incluindo raciocínio, planejamento e a capacidade de aprender com as experiências. Alguns pesquisadores gostariam de chegar a um consenso sobre como medir isso. Esse é um dos tópicos de um workshop de AGI a ser realizado no mês que vem em Viena, Áustria.

Isso realmente precisa do esforço e da atenção da comunidade para que seja possível concordar mutuamente com algum tipo de classificação da AGI, disse o organizador do workshop, Jiaxuan You, professor-assistente da Universidade de Illinois Urbana-Champaign. Uma ideia é segmentá-la em níveis, da mesma forma que os fabricantes de automóveis tentam avaliar o caminho entre o controle de cruzeiro e os veículos totalmente autônomos. Outros planejam descobrir isso por conta própria. A OpenAI deu ao seu conselho de administração a responsabilidade de decidir quando seus sistemas de IA atingirão o ponto em que superam os humanos no trabalho de maior valor econômico. O conselho determinará quando foi atingida a AGI, diz a explicação da própria OpenAI sobre sua estrutura de governança. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.