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09/Apr/2024

EUA: mercado aposta no corte de juros em julho

Dez diretores do Federal Reserve (Fed) fez os mercados internacionais ameaçarem trocar a aposta que vem sendo mantida há semanas de que a instituição deve iniciar um ciclo de corte de juros em junho. Depois de discursos endossando a ideia de que a inflação não está domada nos Estados Unidos, a ferramenta do CME Group ameaçou indicar, na sexta-feira (05/04), que o primeiro corte nas taxas dos Treasuries pode acontecer somente no segundo semestre, em julho. O movimento ainda é incipiente, mas sinaliza que as dúvidas aos poucos estão sendo colocadas nos preços. No fechamento, a probabilidade de junho voltou aos 53,2%, mas uma semana antes a precificação era de uma chance de 65,9% nesse mês. Somado aos discursos, foi divulgado, na sexta-feira (05/04), o relatório de empregos dos Estados Unidos mostrando dados acima do esperado.

A Capital Economics avaliou que o mercado de trabalho aquecido em ambiente de juros acima do padrão histórico é um indicativo de que o Fed não precisa ter pressa para iniciar o corte das taxas. A diretora do Fed de Cleveland, Loretta Mester, afirmou que os juros provavelmente nunca mais voltarão aos níveis pré-pandemia. Sua percepção é de que a economia norte-americana passará a conviver com as taxas próximas dos 3%, nível que considera o novo juro neutro para o funcionamento da economia. Anteriormente, Mester indicava os juros neutros perto dos 2,75%, mas a força atípica da inflação americana a fez atualizar a expectativa. Dos dez dirigentes do Fed que falaram sobre política monetária nos Estados Unidos durante a semana passada, sete têm direito a voto nas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC). Todos endossaram a mesma teoria: a de que não é preciso pressa para o primeiro corte.

Mesmo assim, todos indicaram que as taxas vão cair em algum momento deste ano. Raphael Bostic, líder da distrital de Atlanta, foi mais cauteloso do que os demais. Ele espera apenas um corte neste ano, no último trimestre, enquanto a visão geral do Fed divulgada no gráfico de pontos da reunião de março, indicava redução de 75 pontos-base até o fim do ano. Diante das últimas falas dos representantes do Fed, a sensação dos mercados é de que os dirigentes não estão convictos do discurso defendido pelo presidente Jerome Powell na coletiva pós-Fomc, de que o repique inflacionário dos Estados Unidos em janeiro e fevereiro era apenas um "ruído sazonal". Ele voltou a discursar nesta semana, na universidade de Stanford, e deu sinais de maior cautela. Dada a força da economia e os progressos registrados na inflação até agora, temos tempo para deixar que os dados que chegam orientem as nossas decisões políticas. Austan Goolsbee, de Chicago, e Neel Kashkari, de Minneapolis, reconheceram que caso a inflação perdure como tem sido, talvez não seja hora de cortar juros, ou a inflação pode não cair à meta de 2% ao ano.

Thomas Barkin, da Filadélfia, Lorie Logan, de Dallas, e a diretora Michelle Bowman, enfatizaram que ainda há muitos riscos altistas para a inflação. Barkin, inclusive, destacou os dados "bastante fortes" do payroll. A Oxford Economics, porém, diz que os resultados robustos não são um empecilho para a redução de juros em junho, embora pondere que o corte não é certo, embora ainda provável. Não é necessário que exista um mercado de trabalho fraco para começar a reduzir as taxas, mas essa decisão será guiada pelas leituras sobre o crescimento salarial e a inflação, que devem demonstrar progressos em direção aos objetivos do Fed no curto prazo. A gestora Navellier afirma que os investidores agora "ficarão obcecados" com a inflação dos Estados Unidos, ao menos até quarta-feira (10/04), quando será divulgada a leitura do CPI do país em março. Então, o mercado poderá bater o martelo e ter mais convicção se o processo de afrouxamento monetário terá início em junho ou julho. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.