08/Apr/2024
Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), os recuos de preços nas passagens aéreas (-12,03%) e em alimentos como batata-inglesa (-16,51%) e cenoura (-6,51%) ajudaram a desacelerar a inflação no varejo medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de março. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI) saiu de uma alta de 0,55% em fevereiro para uma elevação de 0,10% em março. Sete das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais baixas: Transportes (de 0,87% em fevereiro para 0,21% em março), Educação, Leitura e Recreação (de -1,17% para -2,22%), Alimentação (de 1,06% para 0,56%), Despesas Diversas (de 2,05% para 0,42%), Comunicação (de 0,43% para -0,31%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,56% para 0,32%) e Vestuário (de 0,34% para -0,03%).
As principais contribuições partiram dos itens: gasolina (de 2,60% para 0,35%), passagem aérea (de -6,51% para -12,03%), hortaliças e legumes (de 5,75% para -0,54%), serviços bancários (de 3,51% para 0,74%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (de 0,49% para -0,46%), artigos de higiene e cuidado pessoal (de 0,95% para 0,40%) e roupas (de 0,33% para -0,11%). Na direção oposta, a taxa foi mais elevada no grupo Habitação (de 0,32% para 0,53%), pressionada pela tarifa de eletricidade residencial, que passou de -1,50% em fevereiro para 0,35% em março. O núcleo do IPC-DI teve alta de 0,27% em março, após um aumento de 0,42% em fevereiro. Dos 85 itens componentes do IPC, 43 foram excluídos do cálculo do núcleo.
O índice de difusão, que mede a proporção de itens com aumentos de preços, passou de 65,48% em fevereiro para 56,77% em março. As altas nos preços da soja e do açúcar ajudaram a suavizar a deflação no atacado medida pelo IGP-DI de fevereiro. O IGP-DI saiu de uma queda de 0,41% em fevereiro para uma redução de 0,30% em março. Em 12 meses, o índice acumulou queda de 4,00%. Os fatores determinantes para a diminuição menos acentuada do índice ao produtor incluem a variação nos preços da soja, que passou de uma queda de 10,02% para um aumento de 2,71%, além das alterações nas variações da mandioca, de -0,54% para um acréscimo de 7,02%, e do açúcar VHP, que passou de -1,17% para 7,45%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI) passou de um recuo de 0,76% em fevereiro para uma queda de 0,50% em março.
Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais arrefeceu de alta de 0,50% em fevereiro para recuo de 0,23% em março, tendo como principal contribuição o subgrupo alimentos in natura, que passou de 6,25% para 0,10%. O grupo Bens Intermediários acelerou de -0,17% em fevereiro para 0,68% em março, puxado pelo subgrupo materiais e componentes para manufatura, cuja taxa passou de -0,62% para 0,71%. O grupo das Matérias-Primas Brutas saiu de -2,70% em fevereiro para -2,15 % em março. Contribuíram em sentido ascendente os itens soja em grão (de -10,02% para 2,71%), mandioca/aipim (de -0,54% para 7,02%) e milho em grão (de -5,27% para -3,13%). Em sentido oposto, os destaques foram minério de ferro (de -4,94% para -14,37%), arroz em casca (de -4,18% para -10,19%) e café em grão (de 3,68% para 0,72%).
A alta no custo da mão de obra na construção acelerou a inflação do setor no IGP-DI de março. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) passou de um avanço de 0,13% em fevereiro para uma elevação de 0,28% em março. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços, que subiu 0,18% em fevereiro, repetiu o ritmo de elevação em março. O custo dos Materiais e Equipamentos passou de um aumento de 0,20% em fevereiro para alta de 0,18% em março, enquanto os Serviços saíram de avanço de 0,04% para aumento de 0,25%. O índice que representa o custo da Mão de Obra passou de uma elevação de 0,05% em fevereiro para uma alta de 0,42% em março. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.