ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

05/Apr/2024

Brasil perdeu para o México no comércio com EUA

Segundo a ApexBrasil, com o rearranjo das cadeias produtivas globais iniciado após a pandemia, o México é um dos países que mais têm atraído novos investimentos, dada a proximidade com os Estados Unidos. O Brasil perdeu o melhor timing, mas ainda quer conquistar um espaço nessa reordenação do comércio internacional, ocupando, em especial, o espaço deixado pela China. O Brasil perdeu uma oportunidade por não entender o desenho dessa geografia econômica. O Brasil se dá muito bem com a China hoje e se dá bem com os Estados Unidos e ainda tentará recuperar o tempo perdido na substituição da China na economia dos Estados Unidos.

O governo anterior perdeu a oportunidade, pois não havia muito interesse no negócio. Havia uma relação ‘umbilical’ com Donald Trump e isso não se materializou em aumento do comércio com os Estados Unidos. Era algo mais vinculado a uma “onda ideológica". A importação chinesa pelos Estados Unidos caiu de 23% para 10% do total desde o início da guerra comercial travada pelos gigantes do Ocidente e Oriente em 2018. A redução fez parte do esforço norte-americano de diminuir sua dependência da China. Grande parte dessa diferença foi deslocada principalmente para o México, mas também para outros países. O atual governo avalia que o Brasil perdeu boa parte do timing, mas ainda tem esperanças de abocanhar uma fatia do novo desenho geopolítico.

Nada está perdido, e um dos propósitos na Apex é esse. Os Estados Unidos compram muita manufatura do Brasil. No ano passado, a corrente de comércio entre os dois países apresentou recuo, assim como as receitas de exportação na comparação com 2022. As vendas de bens industriais, porém, bateram recorde, ao somar US$ 29,9 bilhões, com os Estados Unidos comprando 81% de todo o segmento nacional. Os Estados Unidos são o melhor comprador do Brasil, pois adquirem manufatura. O comércio entre os dois países poderia estar em US$ 50 bilhões. O Brasil também tem buscado ampliar a cota de carne bovina para os Estados Unidos.

Um dos atrativos do Brasil é o custo de logística relativamente barato para os Estados Unidos, principalmente se comparado a concorrentes da Ásia. O México, porém, está fisicamente mais próximo e conta ainda com o USMCA (acordo com os Estados Unidos e o Canadá). Há uma região no México que é o lugar onde mais se está construindo galpões industriais no mundo. O interesse da Apex é pôr o Brasil como uma alternativa nesse novo cenário. Como exemplo, os Estados Unidos são o maior mercado consumidor de aviões da Embraer. É o produto mais industrializado que o Brasil tem, de valor agregado alto e tecnologia. Nessa área, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o maior “garoto-propaganda” do produto. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.