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05/Apr/2024

Superalimentos podem ser encontrados em feiras

Uma busca pelo termo “superalimento”, nos arquivos da literatura científica, não traz uma definição oficial; artigos, no entanto, o descrevem como aquele que esbanja substâncias protetoras e agrega diversos benefícios à saúde. Geralmente, a classificação é usada para informar ao consumidor sobre alimentos de alto valor nutricional. Vale salientar que se trata de uma turma distinta dos chamados funcionais. O alimento funcional é categorizado a partir de normas vindas de órgãos regulatórios, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Tem tudo a ver com produtos que trazem alegações nos rótulos, caso de leites fermentados com lactobacilos que zelam pela microbiota intestinal, por exemplo. Voltando aos ditos “superfoods”, eles não contam com regras desse tipo, e a maioria é de origem vegetal, ainda que o salmão já tenha vivido seus dias de glória pela quantidade de ômega 3. Tendem a ser ricos em antioxidantes e outros fitoquímicos associados à diminuição do risco de câncer, doenças cardiovasculares e outros distúrbios, explica a Associação Brasileira de Fitoterapia (ABFIT).

Ao que consta, a alcunha ganhou força a partir da década de 1990 e, embora alguns tenham alcançado notoriedade por intermédio de estudos, vários estão envolvidos em modismos, marketing e em questões que vão além da ciência. Há até os vendidos como emagrecedores, numa atuação bastante suspeita. Sobra confusão em torno do assunto. Uma pesquisa alemã, publicada no periódico Sustainability, e feita com 1.006 pessoas, revelou, por meio de questionários, que muita gente acredita que o conceito se restringe aos itens importados, exóticos. No Brasil, o movimento é parecido. Há quem troque a nossa jabuticaba por goji berry. Claro que existe espaço para todas as comidas e é sempre interessante buscar a variedade, mas que tal prestar mais atenção ao que temos por perto? Até mesmo a junção de feijão com arroz pode ser tratada como superalimento. Afinal, juntos eles fornecem proteína de excelente qualidade, além de fibras, minerais e vitaminas, um combo que faz muito pela saúde.

A dupla também ilustra a importância de combinar direito o que vai ao prato. Obviamente, nenhum alimento sozinho supre todas as necessidades do organismo. Não dá para apostar todas as fichas em apenas um ingrediente, ainda que ele exiba “superpoderes”, o que vale é o contexto. De nada adianta consumir azeite na salada, se o resto do cardápio é feito de guloseimas pouco nutritivas. O óleo vindo da azeitona, com suas gorduras benéficas, é importante dentro de um menu equilibrado no geral. A nutrição moderna prega a sinergia, a interação entre os compostos vindos de cada alimento. Desde que o padrão alimentar seja marcado pelo equilíbrio, algo parecido com aquilo que é visto na dieta mediterrânea, com espaço para hortaliças, frutas, grãos, pescados, dá para se render a novas experiências, buscar novidades, mas sem entrar em neuroses. É fundamental respeitar hábitos culturais. Ninguém precisa tomar um “shot” de cúrcuma logo cedo, quando o costume é beber uma xícara de café com leite, por exemplo.

E nem é preciso recorrer a ingredientes caríssimos, buscando berries europeias se o Brasil tem tantas frutas que esbanjam vitaminas, minerais e antioxidantes. Um passeio pelas feiras ou sacolões revela uma porção de alimentos frescos, nutritivos e saborosos. Basta escolher os de sua preferência. Em resumo, embora não haja uma definição oficial de superalimentos, respaldada por estudos, dá para dizer que existem itens com características especiais. Mas, é importante lembrar que a alimentação saudável vai muito além de focar o fornecimento de nutrientes, tem a ver com questões sociais também. Ficar escolhendo alimentos só com esse objetivo de comer ‘superfoods’ tange a ortorexia (transtorno alimentar caracterizado pela obsessão pela dieta perfeita). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.