02/Apr/2024
O IRB Re espera que a América Latina represente cerca de 20% do negócio no futuro, com exposições menores e mais selecionadas em outros territórios no exterior. A companhia tem ampliado o foco no Brasil, em que considera ter vantagens competitivas. A América Latina pode representar até 20% dos prêmios emitidos. A empresa mantém o olhar no mercado global, sem assumir posições catastróficas. O IRB vê boas oportunidades na Europa, já considerando essa maior seletividade para assumir riscos fora da América Latina. A redução da exposição internacional ajudou a puxar uma queda de cerca de 17% na arrecadação da companhia com resseguros no ano passado. O IRB Re fechou 2023 com uma carteira menor, mas com muito mais rentabilidade. Ao longo de 2023, o IRB conseguiu renovar 83% dos contratos que pretendia manter e, nos novos negócios, fechou um de cada quatro possíveis contratos que prospectou. Os trimestres podem variar, tem uma volatilidade, mas a tendência daqui em diante será sempre positiva.
As renovações de contratos de resseguro feitas até aqui trouxeram sinais positivos para a empresa. Em janeiro, o IRB renovou os contratos brasileiros, enquanto abril é a janela de renovação para América Latina. Janeiro foi bom para as renovações, e a empresa conseguiu elevar preço e participação. No agro, a participação foi elevada em boas condições. As renovações da América Latina estão praticamente concluídas, também com resultados positivos. O IRB tem sido mais seletivo na exposição a riscos, preferindo contratos de riscos que conhece melhor e que exigem menos capital. Na limpeza da carteira, os contratos fechados antes de 2020 tiveram as perdas diluídas. Os contratos fechados antes de 2020 representam R$ 713 milhões nos sinistros de 2023. A arrecadação do ressegurador deve crescer em linha com o mercado este ano, mas o lucro deve aumentar mais, diante da melhoria dos indicadores operacionais, como a sinistralidade e o índice combinado, que reúne sinistralidade, pagamento de comissões e outras despesas.
A ideia é crescer neste ano sem reduzir preços. Se tiver de reduzir preços, vai crescer menos. O IRB não deu projeções corporativas formais (os chamados guidances) ao mercado, mas sinalizou que este ano o prêmio deve crescer 10%, após a queda de cerca de 17% em 2023. O índice combinado deve ficar em 95%. Ao longo deste ano, a empresa espera concluir o fechamento das operações que mantinha em Londres, com a aprovação da transferência dos contratos que geria para um comprador que já fechou a aquisição. O IRB vinha tocando o chamado run off, ou seja, a gestão da carteira após o encerramento das vendas. O efeito para o balanço da transferência dos riscos associados à operação de Londres foi contabilizado nos resultados de 2023. O IRB Re acredita que os contratos de resseguro agro que possui estão com preços e condições adequados para absorver as possíveis perdas causadas pelo fenômeno climático El Niño, que atingiu a América do Sul nos últimos meses. Tudo o que está acontecendo no agro converge para o que foi precificado. A exposição ao El Niño se mostra moderada.
As perdas que teve em anos recentes, como em 2022, o IRB alterou preços e condições dos contratos para incluir fatores como o El Niño, que se previa que aconteceria em 2023. Diante disso, se vê mais protegido contra os impactos do fenômeno climático sobre os pedidos de indenização. O IRB Re acredita que terá mais oportunidades fora do Brasil do que estimava no ano passado. Com isso, dos 80% antes previstos, a operação local deve responder por 70% do tamanho do negócio no futuro. O negócio vai ser 70% Brasil, 20% América Latina e 10% internacional. Tanto na América Latina quanto na Europa, o IRB detectou nos últimos meses oportunidades de negócio que não havia mapeado anteriormente. A partir disso, prepara-se para buscar mais contratos dessas duas regiões. O Brasil continua sendo o foco principal, bem como a busca por contratos rentáveis. O IRB não "fará loucuras" para crescer no exterior, e vai assumir riscos que conhece, com os quais se sente confortável e com preços que julgar adequados. Na Europa, o IRB será seguidor, enquanto no Brasil e na América Latina, vai manter a estratégia de líder de mercado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.