01/Apr/2024
De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na quinta-feira (28/03) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 7,8% no trimestre encerrado em fevereiro. Em igual período de 2023, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 8,6%. No trimestre encerrado em janeiro de 2024, a taxa de desocupação estava em 7,6%. A taxa de desocupação de 7,8% registrada no trimestre terminado em fevereiro de 2024 foi o menor resultado para esse período do ano desde 2015, quando ficou em 7,5%. O resultado representou a segunda elevação após nove trimestres móveis seguidos de recuo. No trimestre encerrado em janeiro de 2024, a taxa foi de 7,6%. No trimestre terminado em fevereiro de 2023, a taxa estava em 8,6%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 3.110,00 no trimestre encerrado em fevereiro. O resultado representa alta de 4,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 307,3 bilhões no trimestre até fevereiro, alta de 6,7% ante igual período do ano anterior. A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 19,285 bilhões no período de um ano, para o nível recorde de R$ 307,226 bilhões, uma alta de 6,7% no trimestre encerrado em fevereiro de 2024 ante o trimestre terminado em fevereiro de 2023. Na comparação com o trimestre terminado em novembro de 2023, a massa de renda real subiu 0,9% no trimestre terminado em fevereiro, R$ 2,879 bilhões a mais. Houve leve recuo no número de trabalhadores ocupados, mas aumento no rendimento obtido por quem estava trabalhando. O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma alta real de 1,1% na comparação com o trimestre até novembro de 2023, R$ 34 a mais, para R$ 3.110,00. Em relação ao trimestre encerrado em fevereiro de 2023, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 4,3%, R$ 128,00 a mais.
A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 2,5% no trimestre terminado em fevereiro ante o trimestre encerrado em novembro. Na comparação com o trimestre terminado em fevereiro de 2023, houve elevação de 9,0% na renda média nominal. A renda real do trabalhador cresceu puxada pela expansão do emprego formal, que tem remuneração mais elevada que ocupações informais. O trabalho formal vem crescendo por meio da carteira assinada. No trimestre terminado em fevereiro, faltou trabalho para 20,637 milhões de pessoas no País. A taxa composta de subutilização da força de trabalho passou de 17,4% no trimestre até novembro de 2023 para 17,8% no trimestre até fevereiro de 2024. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar.
No trimestre até fevereiro de 2023, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 18,8%. A população subutilizada subiu 3,4% ante o trimestre até novembro de 2023, 675 mil pessoas a mais. Em relação ao trimestre até fevereiro de 2023, houve um recuo de 4,5%, menos 963 mil pessoas. O Brasil registrou 3,671 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em fevereiro. O resultado significa 293 mil desalentados a mais em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2023, um aumento de 8,7%. Em um ano, 299 mil pessoas deixaram a situação de desalento, queda de 7,5%. A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.
A taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 5,1% no trimestre até fevereiro, ante 5,4% no trimestre até novembro de 2023. Em todo o Brasil, há 5,084 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior. Na passagem do trimestre até novembro de 2023 para o trimestre até fevereiro de 2024, houve um recuo de 379 mil pessoas na população nessa condição. O País tem 23 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a mais em um ano. O País registrou uma perda de 258 mil vagas no mercado de trabalho no trimestre até fevereiro de 2024 em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2023, um recuo de 0,3% na ocupação. A população ocupada totalizou 100,250 milhões de pessoas no trimestre encerrado em fevereiro. Em um ano, mais 2,127 milhões de pessoas encontraram uma ocupação.
A população desocupada aumentou em 332 mil pessoas em um trimestre, totalizando 8,535 milhões de desempregados no trimestre até fevereiro. Em um ano, 689 mil pessoas deixaram o desemprego. A população inativa somou 66,813 milhões de pessoas no trimestre encerrado em fevereiro, 293 mil a mais que no trimestre anterior. Em um ano, esse contingente aumentou em 59 mil pessoas. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) ficou em 57,1% no trimestre até fevereiro, ante 57,4% no trimestre até novembro de 2023. No trimestre terminado em fevereiro de 2023, o nível da ocupação era de 56,4%. O trimestre encerrado em fevereiro de 2024 mostrou uma geração de 269 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2023. Em um ano, 1,183 milhão de vagas com carteira assinada foram criadas no setor privado. O total de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado alcançou um recorde de 37,995 milhões no trimestre até fevereiro.
A população trabalhando sem carteira assinada no setor privado totalizou 13,290 milhões, 154 mil a menos que no trimestre anterior. Em relação ao trimestre até fevereiro de 2023, foram abertas 331 mil vagas sem carteira no setor privado. O trabalho por conta própria encolheu em 123 mil pessoas em um trimestre, para um total de 25,433 milhões. O resultado significa 235 mil pessoas a mais atuando nessa condição em relação a um ano antes. O número de empregadores diminuiu em 1 mil em um trimestre. Em relação a fevereiro de 2023, o total de empregadores é maior em 86 mil pessoas. O País teve uma redução de 23 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para um total de 5,915 milhões de pessoas. Esse contingente é 138 mil pessoas maior que no ano anterior. O setor público teve 145 mil ocupados a menos no trimestre terminado em fevereiro de 2024 ante o trimestre encerrado em novembro de 2023. Na comparação com o trimestre até fevereiro de 2023, foram abertas 279 mil vagas.
Cinco das dez atividades econômicas registraram contratações no trimestre encerrado em fevereiro. Na passagem do trimestre terminado em novembro de 2023 para o trimestre encerrado em fevereiro de 2024, houve demissões na agricultura, 308 mil vagas a menos; administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, menos 395 mil; construção, menos 85 mil; indústria, menos 35 mil; e serviços domésticos, menos 23 mil. Houve geração de postos de trabalho em informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (139 mil), comércio (34 mil), alojamento e alimentação (71 mil), outros serviços (58 mil) e transporte e armazenagem (285 mil). Em relação ao patamar de um ano antes, as atividades com perdas foram a agricultura (que demitiu 472 mil trabalhadores) e o comércio (-1 mil vagas).
Os demais setores contrataram: indústria (393 mil), serviços domésticos (131 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (479 mil trabalhadores a mais), alojamento e alimentação (131 mil), construção (66 mil pessoas), outros serviços (203 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (775 mil) e transporte (415 mil). O mercado de trabalho brasileiro teve taxa de informalidade de 38,7% no trimestre até fevereiro de 2024. Havia 38,818 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período. Em um trimestre, 581 mil pessoas deixaram de atuar como trabalhadores informais. O total de vagas no mercado de trabalho como um todo recuou em 258 mil postos de trabalho. Foi a geração de vagas formais que impediu uma queda maior na ocupação no mercado de trabalho no trimestre encerrado em fevereiro. A informalidade caiu até mais do que a ocupação como um todo.
Há recuo no contingente dessa população ocupada informal. Em um trimestre, na informalidade, houve redução de 154 mil empregos sem carteira assinada no setor privado, de 68 mil trabalhadores domésticos sem carteira assinada, de 21 mil empregadores sem CNPJ, de 257 mil pessoas no trabalho por conta própria sem CNPJ e de 81 mil pessoas atuando no trabalho familiar auxiliar. A população ocupada atuando na informalidade encolheu 1,5% em um trimestre. Em relação a um ano antes, o contingente de trabalhadores informais cresceu em 606 mil pessoas, alta de 1,6%. O mercado de trabalho mostrou uma tendência sazonal de aumento na taxa de desemprego neste início de ano, mas 2024 sinaliza um panorama favorável, com a manutenção tanto do avanço do emprego formal quanto da renda do trabalhador. O resultado atual, de modo geral, reprisa movimentos já registrados em anos anteriores. Na virada de trimestre, na virada de ano, costuma ter esse crescimento na taxa de desemprego.
A taxa de desemprego subiu de 7,6% no trimestre terminado em janeiro para 7,8% no trimestre encerrado em fevereiro, a segunda elevação após nove trimestres móveis seguidos de recuo. Porém, o resultado de fevereiro ainda foi o mais baixo para esse período do ano desde 2015. No trimestre terminado em fevereiro de 2023, a taxa estava em 8,6%. Embora tenha crescimento desse indicador, há um passado recente de um ano bastante favorável para o mercado de trabalho. O ano de 2024 será favorável, principalmente quando se considera que a ocupação ficou (estatisticamente) estável, e até mesmo o segmento formal dessa ocupação se manteve nesse trimestre encerrado em fevereiro de 2024. Há sazonalidade, que era esperada, mas, embutida nessa sazonalidade, tem a manutenção do crescimento do trabalho formal como também do próprio rendimento. O País registrou um fechamento de 258 mil vagas no mercado de trabalho no trimestre até fevereiro em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2023, o que corresponde a uma queda de 0,3% na população ocupada.
No entanto, o resultado foi considerado estatisticamente estável, por ter ficado dentro da margem de erro da pesquisa. De modo geral, quem influenciou essa perda foi a administração pública e a agricultura. E outras atividades, embora não tenham registrado ganho significativo, tiveram desempenho positivo. Embora tenha 258 mil pessoas (que perderam a ocupação em um trimestre, ante novembro de 2023), o status dessa variação é de estabilidade. O crescimento da taxa de desocupação é provocado por uma maior procura de trabalho e estabilidade de população ocupada. A redução no número de pessoas trabalhando foi puxada pela informalidade. O avanço do emprego formal ajudou a elevar a renda média do trabalhador, impulsionando também a massa de salários em circulação na economia para novo recorde: R$ 307,226 bilhões de reais, uma expansão de 0,9% em um trimestre, R$ 2,879 bilhões a mais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.