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28/Mar/2024

Setor industrial do Brasil faz defesa do Mercosul-UE

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) defendeu que um acordo entre Mercosul e União Europeia seria muito benéfico para ambas as regiões, especialmente para a França. A afirmação foi feita na abertura do Fórum Econômico Brasil-França, ressaltando que a vinda do presidente francês Emmanuel Macron para o Brasil com visitas a diferentes regiões demonstra o interesse das duas sociedades em fortalecer as relações comerciais e políticas. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o acordo entre Mercosul e União Europeia é uma das ferramentas que podem mitigar as desigualdades entre as duas regiões. A fala foi um recado ao presidente da França, Emmanuel Macron, grande opositor do acordo, que está presente ao evento ao lado do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Há alguns desafios que tanto o Brasil quanto a França enfrentam em relação ao tratado. Entretanto, a longo prazo, os benefícios da integração das duas regiões vão superar as adversidades iniciais, proporcionando expressivos ganhos para Brasil e França e para os demais signatários do acordo. A CNI conclamou empresários brasileiros e franceses que atuam no Brasil a se tornarem embaixadores em defesa do acordo. Com o tratado, os dois países terão melhores condições para construir uma agenda conjunta que dê respostas adequadas à descarbonização da economia, à transformação e à regulação digital e a outros desafios contemporâneos. É com espírito de colaboração e visão de futuro que se deve seguir trabalhando para acelerar o desenvolvimento econômico e social sustentável e para revitalizar a integração e a cooperação científica e tecnológica nos dois países e regiões. Ao se referir às relações entre Brasil e França, a CNI afirmou que o Brasil é o principal mercado para os investimentos dos franceses em países emergentes.

Atualmente, a França é o 5º investidor direto no Brasil e tem mais de 1.150 subsidiárias de empresas estabelecidas no País, que empregam 520 mil pessoas e faturam 61 bilhões de euros por ano. A dinâmica das relações econômicas se baseia tanto no comércio quanto no investimento. Para as empresas francesas, o Brasil pode ser muito mais do que um simples mercado. Pode ser parte da estratégia de desenvolvimento global dos negócios. Há espaço para se equilibrar a balança comercial já que a França é o 9º maior fornecedor do Brasil. Em contrapartida, o Brasil ocupa o 36º lugar na lista dos países que exportam para a França. Em 2023, a indústria de transformação foi responsável por 72% das vendas do Brasil para a França. Entre os principais produtos brasileiros embarcados para o país europeu estão alimentos industrializados, combustíveis minerais e café. Embora a pauta exportadora seja relativamente diversificada, a participação dos produtos nacionais no mercado francês é de apenas 0,5%.

Nos últimos cinco anos, as vendas do Brasil para a França cresceram 12% e alcançaram US$ 2,9 bilhões em 2023. Ainda, o acelerado processo de desindustrialização que o Brasil vem enfrentando, associado a uma pauta exportadora concentrada no setor primário, dificultou o crescimento econômico e a inserção do País no cenário internacional. O acordo entre Mercosul e UE esteve próximo de um desfecho em 2023, mas encontrou resistência por parte do presidente Macron, que alegou riscos de uma invasão de alimentos exportados pelos países sul-americanos para a Europa. Nos últimos meses, produtores rurais de ao menos sete países (Alemanha, Bélgica, França, Grécia, Itália, Romênia e Polônia) fizeram protestos contra acordos de livre comércio com países fora do bloco. Em fevereiro, o Ministério das Relações Exteriores do Paraguai (atual presidente do Mercosul) disse que as negociações estão suspensas até as eleições para o Parlamento Europeu, que ocorrem em junho. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.