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22/Mar/2024

BC poderá reduzir ritmo de novos cortes na Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu na quarta-feira (20/03), pela sexta vez seguida, a taxa básica de juros (Selic) em 0,50%, desta vez de 11,25% para 10,75% ao ano. A mudança de tom veio no comunicado divulgado depois da reunião do colegiado, que abriu caminho para uma troca no ritmo dos novos cortes. No texto, o Copom afirma que, em função da elevação da incerteza e da consequente necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária, antevê redução de mesma magnitude (ou seja, 0,5%) apenas na próxima reunião, e não mais nas próximas reuniões, no plural, como apareceu nos comunicados anteriores. O próximo encontro do comitê está marcado para 7 e 8 de maio. O comitê avalia que essa é a condução apropriada para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário, diz o texto.

A mudança de tom já era esperada por parte dos analistas de mercado, em função dos indicadores mostrando que a atividade econômica está mais forte do que o previsto inicialmente, com eventuais impactos para a inflação. O dia foi também de decisão nos Estados Unidos, completando a chamada “Superquarta” dos juros, como o mercado se refere às reuniões do Copom e do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) no mesmo dia. Só que, nos Estados Unidos, o resultado foi diferente. Os integrantes do Fed não só decidiram manter as taxas entre 5,25% e 5,50% ao ano, como não deram pistas sobre quando devem iniciar um ciclo de queda dos juros. Segundo o comunicado do Copom, a conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária.

A seguir, fala em reforçar a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação, como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. A XP Investimentos manteve a projeção de Selic de 9% no fim do atual ciclo de corte, patamar que seria alcançado no segundo semestre, mas avalia que há agora um viés de alta para essa estimativa após a alteração no chamado “forward guidance” (sinalização) do Copom. Patamares maiores que 9% parecem ter probabilidade maior que patamares abaixo de 9%. A retirada do plural em “próximas reuniões” se deve à opção dos membros do colegiado de ter maior grau de liberdade e de flexibilidade na condução da política monetária. A Nova Futura Investimentos alterou suas projeções para Selic neste e no próximo ano após a mudança na comunicação feita pelo Copom.

A corretora mudou de 9,0% para 9,5% a estimativa de taxa final em 2024, com mais uma queda de 0,50% em maio e três seguidas de 0,25%. Depois, para 2025, a casa vê juro a 8,5%, ante 8% antes. Diante da piora na qualidade dos IPCAs recentes, da resiliência da atividade e da força do mercado de trabalho, além de um cenário global mais adverso, a opção do comitê de buscar maiores graus de liberdade é condizente com a evolução do cenário desde a última reunião. Para a Capital Economics, o Banco Central deve reduzir o ritmo de queda da taxa em breve, provavelmente no encontro de junho. Outro corte de 0,50% no próximo encontro do Copom, para 10,25%, parece altamente provável. A mudança no forward guidance não exclui outro corte de 0,50% na reunião subsequente, em junho. Mas, com a força do mercado de trabalho provavelmente mantendo a inflação de serviços elevada, o Copom vai se inclinar para cortes de 0,25% até lá. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.