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13/Mar/2024

Inflação acelera em fevereiro puxada por educação

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou fevereiro com alta de 0,83%, ante um avanço de 0,42% em janeiro. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 1,25%. O resultado acumulado em 12 meses foi de 4,50% até fevereiro, ante taxa de 4,51% até janeiro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,81% em fevereiro, após uma elevação de 0,57% em janeiro. Com o resultado, o índice acumulou alta de 1,38% no ano. A taxa em 12 meses mostrou alta de 3,86%, ante taxa de 3,82% até janeiro. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados.

A alta de 0,83% registrada pelo IPCA em fevereiro de 2024 foi o resultado mais elevado desde fevereiro de 2023, quando ficou em 0,84%. No entanto, para meses de fevereiro, a taxa foi a mais branda desde 2020, quando houve elevação de 0,25%. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses arrefeceu pelo quinto mês consecutivo, passando de 4,51% em janeiro para 4,50% em fevereiro, a mais baixa desde julho de 2023, quando estava em 3,99%. A meta de inflação perseguida pelo Banco Central em 2024 é de 3,0%, com teto de tolerância de 4,50%. Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,95% em fevereiro, após alta de 1,38% em janeiro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,20% para o IPCA, que subiu 0,83% no mês.

Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 1,12% em fevereiro, após ter avançado 1,81% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,49%, ante alta de 0,25% em janeiro. Os preços de Transportes subiram 0,72% em fevereiro, após queda de 0,65% em janeiro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,15% para o IPCA. Os preços de combustíveis tiveram alta de 2,93% em fevereiro, após recuo de 0,39% no mês anterior. A gasolina subiu 2,93%, após ter registrado queda de 0,31% em janeiro, enquanto o etanol avançou 4,52% nesta leitura, após queda de 1,55% na última. A alta de 2,93% na gasolina exerceu a maior pressão sobre a inflação de fevereiro, uma contribuição de 0,14% para a taxa de 0,83% registrada no mês.

Figuraram ainda no ranking de maiores pressões sobre o IPCA de fevereiro o ensino fundamental (0,13%), ensino superior (0,06%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,05%) e ensino médio (0,03%). Na direção oposta, os principais alívios partiram da passagem aérea (-0,09%) e cinema, teatro e concertos (-0,02%). As famílias brasileiras gastaram 4,98% a mais com Educação em fevereiro, uma contribuição de 0,29% para a taxa de 0,83% registrada pelo IPCA no mês. A maior contribuição partiu do encarecimento de 6,13% dos cursos regulares, devido aos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. As maiores elevações ocorreram no ensino médio (8,51%), ensino fundamental (8,24%), pré-escola (8,05%) e creche (6,03%). Houve reajustes também em curso técnico (6,14%), ensino superior (3,81%) e pós-graduação (2,76%).

As famílias brasileiras gastaram 0,27% a mais com habitação em fevereiro, uma contribuição de 0,04% para o IPCA. A taxa de água e esgoto subiu 0,11%. O gás encanado recuou 1,40%. As famílias brasileiras gastaram 1,56% a mais com Comunicação em fevereiro, uma contribuição de 0,07% para o IPCA. O avanço foi influenciado por reajustes nos valores da TV por assinatura (4,02%) e do combo de telefonia, internet e TV por assinatura (3,29%). Sete dos nove grupos que integram o IPCA registraram altas de preços em fevereiro. Houve deflação em Artigos de residência (queda de 0,07% e impacto de 0,00%) e Vestuário (queda de 0,44% e impacto de -0,02%). Os aumentos foram registrados em Alimentação e bebidas (0,95%, impacto de 0,20%), Saúde e cuidados pessoais (0,65%, impacto de 0,09%), Despesas pessoais (0,05%, impacto de 0,01%), Educação (4,98%, impacto de 0,29%), Habitação (0,27%, impacto de 0,04%), Transportes (0,72%, impacto de 0,15%) e Comunicação (1,56%, impacto de 0,07%).

Todas as 16 regiões investigadas pelo IBGE registraram altas de preços em fevereiro. A inflação de serviços, usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços, passou de um aumento de 0,02% em janeiro para uma alta de 1,06% em fevereiro. A aceleração nos serviços foi puxada pelos reajustes de mensalidades escolares. Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de alta de 0,19% em janeiro para aumento de 0,88% em fevereiro. No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 5,62% em janeiro para 5,25% em fevereiro, menor patamar desde janeiro de 2022, quando estava em 5,09%. Mas, há uma desaceleração no índice de serviços em 12 meses. A taxa acumulada em 12 meses pela inflação de serviços vem perdendo força a despeito da queda na taxa de desemprego e da alta na massa salarial.

São fatores que podem influenciar (demanda e preços), mas a inflação está desacelerando. Então, os serviços têm desacelerado, porém ainda se situam acima do índice geral. O IPCA acumulado nos 12 meses terminados em fevereiro foi de 4,50%. Houve pressão maior dos itens monitorados pelo governo. A inflação de monitorados em 12 meses saiu de 8,56% em janeiro para 8,60% em fevereiro. Embora possa existir eventual influência de indexação, ou seja, de reajustes que buscam recuperar a inflação passada em alguns itens monitorados, a principal pressão sobre a inflação de itens administrados partiu da gasolina, cujo preço flutua em função de outras variáveis, como a cotação internacional do barril de petróleo e alteração da alíquota de tributos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.