13/Mar/2024

De acordo o 6º Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre a safra de grãos, divulgado nesta terça-feira (12/03), a produção brasileira de grãos na safra 2023/2024 deverá atingir 295,59 milhões de toneladas, o que corresponde a uma queda de 7,6% (24,2 milhões de toneladas) ante a temporada anterior 2022/2023 (319,81 milhões de toneladas). Na comparação com a pesquisa anterior, houve baixa de 1,4%, ou 4,16 milhões de toneladas. A queda é reflexo, principalmente, da redução em torno de 7,1% na produtividade média esperada, que sai de 4.072 quilos por hectare para 3.784 quilos por hectare. As condições climáticas foram variáveis e desfavoráveis nas principais regiões produtoras, desde o início da presente safra (julho) até meados de dezembro passado. Essas instabilidades climáticas provocaram perdas significativas na produtividade das culturas, sobretudo na da soja, principal produto cultivado no período. A área cultivada também deve ser diminuída, mas em um percentual menor em torno de 0,5%, projetada em 78,12 milhões de hectares ante 78,55 milhões de hectares em 2022/2023.

Com uma colheita que atingiu, no início de março, 48% da área semeada, a soja pode registrar uma produção de 146,9 milhões de toneladas, redução de 5% sobre a safra anterior (154,61 milhões de toneladas). A queda verificada se deve às baixas precipitações e às temperaturas acima do normal nas principais regiões produtoras. No entanto, em locais em que o grão foi semeado mais tardiamente as precipitações têm favorecido o desenvolvimento das lavouras. Com os trabalhos de colheita da soja avançando, o plantio do milho 2ª safra de 2024 ocorre dentro da janela nos principais Estados produtores, como Mato Grosso e Paraná. Ainda assim, a área destinada para a cultura deve cair 8,3%, estimada em 15,76 milhões de hectares. As condições climáticas têm favorecido o plantio do cereal, com exceção de parte de Mato Grosso do Sul. A expectativa é que apenas na 2ª safra de 2024 sejam colhidas cerca de 87,35 milhões de toneladas do grão, queda de 14,7% ante 2022/2023 (102,37 milhões de toneladas).

A colheita da safra de verão (1ª safra 2023/2024), quando são esperadas 23,41 milhões de toneladas (baixa de 14,5% ante 2023, quando a safra alcançou 27,37 milhões de toneladas), já atinge 32,9% da área cultivada. A produção total do cereal está estimada em 112,75 milhões de toneladas, diminuição de 14,5 ante 2022/2023 (131,89 milhões de toneladas). Para o arroz, a expectativa é de produção de 10,55 milhões de toneladas, aumento de 5,2% ante a temporada anterior (10,03 milhões de toneladas). A semeadura nas principais áreas produtoras no País já foi concluída, apesar das adversidades climáticas. No Rio Grande do Sul, por exemplo, as chuvas excessivas e enchentes ocorridas durante o plantio inviabilizaram a operação em alguns locais. No caso do feijão, a nova estimativa traz uma colheita total em torno de 3,03 milhões de toneladas em três safras. A 1ª safra do produto teve uma oferta ajustada, o que influenciou nos preços (883,5 mil toneladas ante 956,7 mil toneladas em 2022/2023, baixa de7,7%).

Diante desse cenário, a 2ª safra da leguminosa apresenta aumento na área cultivada, o que poderá refletir em uma maior produção, que está estimada em 1,34 milhão de toneladas, aumento de 5,2% ante o ano passado (1,28 milhão de toneladas). Com o plantio praticamente finalizado, o algodão registra uma área plantada de 1,93 milhão de hectares, aumento de 16,3% quando comparada com a safra anterior. A elevação reflete o preço e as perspectivas de comercialização da fibra. O clima vem favorecendo as lavouras e a expectativa é que a produção da pluma atinja 3,56 milhões de toneladas, estabelecendo um novo recorde na série histórica caso o resultado se confirme. O desempenho representa aumento de 12,2% ante 2023 (3,17 milhões de toneladas). Para o trigo, principal produto cultivado entre as culturas de inverno, a estimativa atual indica a produção em 9,59 milhões de toneladas, aumento de 18,4 em comparação com 2023 (8,10 milhões de toneladas). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.