08/Mar/2024
Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), a perspectiva de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro mostra uma composição melhor do que a registrada em 2023, quando a atividade econômica avançou 2,9%. No ano passado, pelo lado da oferta, o avanço no PIB foi turbinado pela expansão recorde da agropecuária, e, sob a ótica da demanda, foi impulsionado pelo setor externo. No ano anterior, em 2022, o PIB cresceu em magnitude semelhante, alta de 3,0%, fazendo com que a foto do PIB de 2023 se pareça com a do ano anterior. O crescimento de 2023, porém, perdeu fôlego ao longo do segundo semestre. No quarto trimestre de 2023 ante o terceiro trimestre de 2023, o PIB ficou estagnado (0,0%). A desaceleração é muito mais pelo investimento do que pelo consumo; essa é uma composição pior.
A boa notícia é que parece que o País vai sair desses números tão negativos esse ano. Haverá um melhor desempenho em máquinas e equipamentos, e melhora em construção civil. Apesar da boa perspectiva para 2024, ainda não é o caso de esperar uma economia em franco aquecimento. Dados preliminares de um estudo sobre produtividade, que será divulgado na semana que vem, mostram uma melhora no último trimestre do ano nesse quesito. O Brasil pode ter tido resultado melhor da produtividade do trabalho, mais difuso entre os setores. O grande debate é o quanto se pode esperar da velocidade desse processo de crescimento da economia. Na atividade econômica, a aposta é que o crescimento tenha perfil bem diferente do ano passado, quando 2% do PIB foram demanda externa. Para 2024, a previsão é que haja impulso da demanda interna para a economia, seja consumo do governo, das famílias, investimentos.
O avanço no PIB de 2024 terá um perfil bastante ancorado nas condições de crédito mais favoráveis e expansão na concessão, na melhora do mercado de trabalho, desemprego em queda, massa de salários em alta e inflação mais baixa. O salário real está crescendo, o comprometimento de renda das famílias está caindo. A atividade econômica vem crescendo acima do potencial há algum tempo, em meio a um cenário de mercado de trabalho aquecido. A notícia ruim é que o quadro pressiona os salários, o que acarreta uma pressão sobre a inflação de serviços. O quadro fiscal também tende a seguir expansionista, e as eleições municipais prometem ter uma disputa bastante forte, o que também tende a elevar gastos. Dificulta também a convergência mais rápida da taxa de juros para patamares mais baixos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.