ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

06/Mar/2024

UE tem planos de impulsionar a indústria de defesa

Funcionários do alto escalão da União Europeia delinearam, nesta terça-feira (05/03), planos ambiciosos para impulsionar a indústria de defesa em um ritmo sem precedentes, enquanto o bloco procura responder à ameaça representada pela guerra da Rússia à Ucrânia e a um parceiro transatlântico que pode estar hesitando em seu compromisso com a Europa. Durante décadas, os países da União Europeia contaram com a cobertura nuclear protetora dos Estados Unidos através da aliança da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), enquanto os seus gastos com defesa e preparação para crises diminuíam. Um primeiro aviso, sob a presidência de Donald Trump, evidenciou a falta de coordenação e as falhas no fornecimento que seria necessário se as nações europeias alguma vez tivessem de se defender sem a ajuda dos Estados Unidos.

Agora, com a Rússia cada vez mais assertiva, a necessidade de reforçar a defesa torna-se cada vez mais clara. Depois de décadas de subutilização, é preciso investir mais na defesa, mas isso deve ser feito em conjunto, afirmou o chefe de Relações Externas da União Europeia, Josep Borrell. Uma indústria de defesa europeia forte, resiliente e competitiva é um imperativo estratégico. A invasão da Ucrânia pela Rússia expôs fraquezas flagrantes nas capacidades de produção de armas da Europa, que foram negligenciadas na sequência da queda do Muro de Berlim em 1989 e da promessa de paz na Europa. Assim, quando a Ucrânia necessitou, com urgência, de munições mais elementares para afastar as forças russas, as nações europeias foram pegas em apuros, incapazes de cumprir o que foi pedido e até mesmo prometido. A constatação de que o ex-presidente Donald Trump poderá regressar à presidência dos Estados Unidos e minar o apoio à Ucrânia também concentra as mentes na Europa.

França e Alemanha alertaram que o bloco deve fazer mais para se proteger. E, depois de anos de estratégias de defesa isoladas que deixaram a Europa dividida apesar dos gastos elevados, o plano procura impor um propósito comum. As despesas com a defesa destinam-se a muitos sistemas de armas diferentes, principalmente comprados fora da União Europeia, afirmou a vice-presidente da Comissão Europeia, Margrethe Vestager. Com o aumento dos orçamentos de defesa dos integrantes da União Europeia, é preciso investir melhor, o que significa, em grande parte, investir em conjunto, e investir em produtos europeus. De acordo com as propostas, os 27 Estados-membros da União Europeia serão convidados a comprar em conjunto pelo menos 40% do equipamento de defesa e a garantir que 35% do valor da defesa fique com o comércio interno até 2030.

Os planos vão agora para os Estados-membros da União Europeia, onde serão, posteriormente, negociados. A guerra na Ucrânia levou as nações europeias a aumentarem os gastos com defesa, e muito dinheiro é destinado à indústria de defesa dos Estados Unidos. A Alemanha, por exemplo, anunciou uma modernização de 100 bilhões de euros (US$ 108 bilhões) das suas forças armadas, com uma grande fatia dos fundos dedicados aos caças F-35 e helicópteros de transporte dos Estados Unidos. Embora a produção tenha melhorado, a União Europeia só está produzindo cerca de metade da proposta inicial de fabricação de 1 milhão de munições de artilharia anualmente. As autoridades dizem agora que a produção poderá atingir 1,4 milhão de munições por ano até o final de dezembro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.