05/Mar/2024
O dólar caiu frente ao Real nesta segunda-feira (04/03), com investidores evitando fazer grandes apostas antes de dados econômicos dos Estados Unidos e de falas do chair do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell. O dólar fechou em leve queda de 0,12%, a R$ 4,94. Esse movimento não divergiu muito da estabilidade vista no índice que compara o dólar a uma cesta de partes fortes ao longo da sessão. Para a B&T Câmbio, o principal fator de incerteza é como as nações mais fortes economicamente irão reagir aos desafios da inflação e quais são seus planos para a política monetária. A quebra de expectativa de seis cortes de juros nos Estados Unidos e uma perspectiva de início de afrouxamento monetário na zona do euro apenas no meio do ano deixou o mercado mais cauteloso. Para calibrar essas expectativas, o mercado segue atento aos indicadores, às falas de representantes dos bancos centrais.
O chair do Fed, Jerome Powell, dará depoimento a parlamentares na quarta-feira (06/03) e na quinta-feira (07/03), fala que virá após moderação recente nas apostas de mercado sobre cortes de juros. No mês passado, dados dos índices de preços ao consumidor e ao produtor dos Estados Unidos surpreenderam para cima, embora a inflação medida pelo PCE (indicador preferido do Fed) tenha ficado dentro do esperado. Segundo o Ebury Bank, nos Estados Unidos, embora o relatório de inflação PCE de janeiro não tenha impressionado muito as expectativas, a tendência de alta nos preços não parece estar se dissipando. Juntamente com a ausência de quaisquer sinais sérios de desaceleração no mercado de trabalho dos Estados Unidos, isso parece excluir a possibilidade de cortes na taxa de juros do Federal Reserve nos próximos meses. Essa visão será testada na sexta-feira (08/03), quando for divulgado o relatório de criação de vagas fora do setor agrícola dos Estados Unidos de fevereiro.
A expectativa é de abertura ainda sólida de 200 mil vagas de trabalho, contra 353 mil em janeiro, e qualquer dado acima do esperado deve levar a nova onda de pessimismo quanto ao início do afrouxamento monetário do Fed. Juros elevados por mais tempo nos Estados Unidos trazem um cenário frutífero para o dólar, em que o mercado de renda fixa norte-americano atrai mais investimentos por estar oferecendo, ao mesmo tempo, retornos atraentes e segurança, elevando desta forma a demanda pela divisa local. Esse mesmo ambiente torna as divisas emergentes comparativamente menos interessantes, pois, embora sejam muito rentáveis, são também mais arriscadas. Nesta segunda-feira (04/03), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou em relação ao quadro fiscal do Brasil que o governo tem condições de entregar um resultado que surpreenda para melhor, o que, segundo alguns participantes do mercado, pode ter ajudado a apoiar o Real, embora o foco tenha permanecido no cenário externo. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.