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04/Mar/2024

PIB Brasil sobe em 2023 na comparação com 2022

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) subiu 2,9% em 2023 na comparação com 2022 e somou R$ 10,9 trilhões no ano. Desagregando por atividade, o PIB da agropecuária foi o que mais subiu, com alta de 15,1% em 2023 ante 2022. O PIB de serviços, por sua vez, subiu 2,4% nessa mesma comparação e, o da indústria, 1,6%. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) caiu 3% em 2023 ante o ano anterior, derrubada pelo desempenho negativo do componente máquinas e equipamentos. O componente de máquinas e equipamentos caiu 9,4% em 2023, enquanto o componente de construção diminuiu 0,2%. O componente de outros ativos avançou 5,8%. As máquinas e equipamentos respondem por 37,8% da FBCF, enquanto a construção responde por 45,5%, e os outros ativos, 16,8%. A taxa de investimento de 16,5% em 2023 foi a mais baixa para um fechamento de ano desde 2019, quando foi de 15,5%.

Teve um recuo importante na taxa de investimento porque houve recuo na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). á a taxa de poupança, que ficou em 15,4% em 2023, foi a menor desde 2020, quando registrou 14,8%. Houve recuo na taxa de poupança porque teve um consumo das famílias crescendo mais do que o PIB no ano passado. O consumo das famílias subiu 3,1% e o consumo do governo subiu 1,7%. As exportações cresceram 9,1% em 2023 na comparação com 2022, enquanto as importações caíram 1,2%. A taxa de investimento ficou em 16,5% em 2023 e, a taxa de poupança, em 15,4%. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou estabilidade no quarto trimestre de 2023 ante o terceiro trimestre. Na comparação com o quarto trimestre de 2022, o PIB apresentou alta de 2,10%. O PIB do quarto trimestre de 2023 totalizou R$ 2,831 trilhões.

Dez das doze atividades econômicas registraram crescimento em 2023. O segmento de informação e comunicação avançou 2,6% em 2023 ante 2022 e, o de transporte e armazenagem, também cresceu os mesmos 2,6%. O setor de produção de eletricidade e água cresceu 6,5% em 2023 ante 2022. Houve condições hídricas favoráveis e a bandeira verde vigorou durante todo o ano de 2023. Além disso, o fenômeno climático ‘El Niño’ aumentou a temperatura média, impactando o consumo de água e energia. O comércio subiu 0,6% em 2023 ante 2022. As atividades financeiras avançaram 6,6%, e as atividades imobiliárias tiveram expansão de 3,0%. A construção recuou 0,5% em 2023, e as outras atividades de serviços subiram 2,8%. Administração pública e seguridade social teve elevação de 1,1% em 2023 ante 2022. A indústria de transformação caiu 1,3% em 2023 em relação a 2022. Uma das razões por trás desse encolhimento é a política monetária restritiva, com manutenção dos juros em nível alto que rebaixa os investimentos e os planos de expansão da produção.

As indústrias extrativas, por sua vez, cresceram 8,7%. Isso se deve ao aumento da extração de petróleo e gás natural e de minério de ferro ao longo do ano. A agropecuária avançou 15,1% em 2023 ante 2022. Esse comportamento foi puxado muito pelo crescimento de soja e milho, duas das mais importantes lavouras do Brasil, que tiveram produções recorde. O Produto Interno Bruto (PIB) per capita alcançou R$ 50.193,72 no Brasil em 2023, um avanço real de 2,2% em relação ao ano anterior. O Produto Interno Bruto (PIB) da indústria registrou alta de 1,30% no quarto trimestre de 2023 ante o terceiro trimestre. Na comparação com o quarto trimestre de 2022, o PIB apresentou avanço de 2,90%. O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária registrou baixa de 5,30% no quarto trimestre de 2023 ante o terceiro trimestre. Na comparação com o quarto trimestre de 2022, o PIB apresentou estabilidade. O Produto Interno Bruto (PIB) de serviços registrou alta de 0,30% no quarto trimestre de 2023 ante o terceiro trimestre.

Na comparação com o quarto trimestre de 2022, o PIB apresentou avanço de 1,90%. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) registrou alta de 0,90% no quarto trimestre de 2023 ante o terceiro trimestre. Na comparação com o quarto trimestre de 2022, a FBCF apresentou recuo de 4,40%. A taxa de investimento (FBCF/PIB) do quarto trimestre ficou em 16,10%. O consumo das famílias registrou queda de 0,20% no quarto trimestre de 2023 ante o terceiro trimestre. Na comparação com o quarto trimestre de 2022, o consumo das famílias apresentou avanço de 2,30%. O recuo no consumo das famílias no quarto trimestre de 2023 ante o terceiro trimestre de 2023 foi o primeiro resultado negativo após uma sequência de nove trimestres consecutivos de avanços. O resultado, porém, foi considerado uma estabilidade. Mas, o consumo das famílias cresceu na comparação interanual. Embora a massa de salários em circulação na economia venha crescendo, a renda pode ser direcionada para outras finalidades que não o consumo. A massa salarial pode ser usada para poupar, para quitar dívida. Então pode usar a massa para outras questões que não o consumo.

Enquanto o consumo do governo renovou patamar recorde no quarto trimestre de 2023, o consumo das famílias ficou abaixo do pico alcançado no terceiro trimestre de 2023. No ano de 2023 em relação a 2022, o consumo das famílias avançou 3,1%, impulsionado pela melhora no mercado de trabalho, alta na massa salarial, programas de governo de transferências de renda e arrefecimento do patamar de inflação no País. Apesar do programa de governo para melhorar o consumo das famílias, há ainda um elevado grau de endividamento das famílias. O consumo do governo, por sua vez, subiu 0,90% no quarto trimestre de 2023 ante o terceiro trimestre. Na comparação com o quarto trimestre de 2022, o consumo do governo teve alta de 3,00%. As exportações cresceram 0,10% no quarto trimestre de 2023 ante o terceiro trimestre. Na comparação com o quarto trimestre de 2022, as exportações apresentaram alta de 7,30%. As importações contabilizadas no PIB, por sua vez, cresceram 0,90% no quarto trimestre de 2023 ante o terceiro trimestre.

Na comparação com o quarto trimestre de 2022, as importações apresentaram queda de 0,90%. As atividades financeiras cresceram 0,70% no quarto trimestre de 2023 ante o terceiro trimestre, enquanto as atividades imobiliárias avançaram 0,10%. As indústrias extrativas cresceram 4,70% no quarto trimestre de 2023 ante o terceiro trimestre, informação e comunicação recuaram 0,10% e produção e distribuição de eletricidade, água e esgoto cresceram 2,80%. O comércio caiu 0,80%, a indústria de transformação recuou 0,20% e a construção cresceu 4,20%. O setor de transporte e armazenagem recuou 0,60%, enquanto as outras atividades de serviços cresceram 1,20%. A administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social cresceram 0,10%, enquanto a agropecuária recuou 5,30%. As atividades financeiras cresceram 5,60% no quarto trimestre de 2023 ante o quarto trimestre de 2022, enquanto as atividades imobiliárias avançaram 2,70%.

As indústrias extrativas cresceram 10,80% no quarto trimestre de 2023 ante o quarto trimestre de 2022, informação e comunicação recuaram 0,30% e produção e distribuição de eletricidade, água e esgoto cresceram 8,70%. O comércio caiu 0,10%, a indústria de transformação recuou 0,50% e a construção cresceu 0,90%. O setor de transporte e armazenagem ficou estável, enquanto as outras atividades de serviços cresceram 2,40%. A administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social cresceram 1,70%, enquanto a agropecuária ficou estável. O IBGE revisou o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre de 2023 ante o segundo trimestre de 2023, que passou de alta de 0,1% para estabilidade. O órgão também revisou a taxa do PIB do segundo trimestre do ano passado ante o primeiro trimestre de 2023, de alta de 0,1% para alta de 0,8%. Uma terceira revisão aconteceu para o PIB do primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre de 2022, de alta de 1,4% para alta de 1,3%. A última revisão do IBGE é relativa ao quarto trimestre de 2022 ante o terceiro trimestre de 2022, de queda de 0,1% para alta de 0,2%

A estabilidade vista no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro na passagem do terceiro trimestre para o quarto trimestre de 2023 configurou dois trimestres seguidos de estagnação. Após uma revisão dos números, o PIB do terceiro trimestre ante o segundo trimestre de 2023 saiu de uma leve alta de 0,1% para uma estabilidade (0,0%). A possibilidade de recessão foi refutada, pois o PIB está estável, situado ainda no maior patamar da série histórica. Para se considerar recessão tem que se olhar várias outras coisas. A estabilidade no PIB nos dois últimos trimestres tem relação com o desempenho positivo da agropecuária concentrado no início do ano. A agropecuária até tinha caído no quarto trimestre, mas outras aumentaram para contrabalançar e ficar em 0% Houve o efeito da base de comparação elevada proporcionada pelo salto extraordinário do PIB agropecuário no primeiro trimestre de 2023, que avançou 20,9% ante o trimestre imediatamente anterior. Por conta dessa base elevada, a alta no PIB Agropecuário foi sucedida por quedas no segundo trimestre (-6,4%), no terceiro trimestre (-5,6%) e no quarto trimestre (-5,3%). A agropecuária teve crescimento recorde em 2023.

Dois terços do avanço de 2,9% registrado pelo Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2023 tiveram influência do setor externo, enquanto a demanda interna contribuiu com apenas 0,9%. A política monetária restritiva contribuiu para essa menor contribuição da demanda doméstica no PIB, enquanto setores exportadores se sobressaíram. Sob a ótica da demanda, o salto recorde de 15,1% da Agropecuária deu contribuição fundamental para o avanço do PIB, cerca de 1%, enquanto a expansão de 8,7% nas indústrias extrativas ajudou com mais aproximadamente 0,5%. Considerando as 12 atividades econômicas, apenas 2 tiveram retração em 2023, construção (-0,5%) e indústria da transformação (-1,3%), justamente as mais sensíveis a uma política monetária restritiva. Os juros começaram a baixar, mas ainda estão num patamar considerado alto.

No caso da agropecuária, a atividade teve ganho de peso no PIB em meio à pandemia, por ter sido o setor que menos sofreu com as restrições. A extrativa também foi uma das atividades menos afetadas pela pandemia. Embora o desempenho da agropecuária dependa muito do clima, que foi bastante favorável no ano passado, houve um conjunto de fatores que beneficiou o segmento, como, por exemplo, o crescimento da indústria alimentícia em 2023 e o avanço no consumo das famílias. Os programas de transferência de recursos no governo e a alta na renda proveniente da melhora no mercado de trabalho ajudaram a aumentar a aquisição de produtos essenciais, como os alimentos. Houve um período com os preços altos de produtos agropecuários, o que incentivou investimentos na lavoura. O PIB da Agropecuária chegou ao quarto trimestre de 2023 em nível 16,4% abaixo do pico visto no primeiro trimestre de 2023, quando houve concentração da supersafra de soja.

A agropecuária e a extrativa somaram juntas metade do crescimento da economia no ano passado. O PIB como um todo se manteve, no quarto trimestre de 2023, no patamar recorde da série histórica, assim como o PIB de Serviços. No ano de 2023, o PIB de serviços cresceu 2,4%, tendo como destaque os serviços de atividades financeiras (6,6%) e de atividades imobiliárias (3,0%). As atividades financeiras foram o grande destaque nos serviços, situando-se entre ramos que mais contribuíram para a alta do PIB, com desempenho bastante puxado pelo ganho das seguradoras. Houve maior contratação de seguros, com redução na ocorrência e pagamento de sinistros. Também houve crescimento na parte da intermediação financeira, via bancos intermediando empréstimos, gerando ganhos diante dos juros mais elevados. As pessoas têm feito mais seguros, e não tem tido tanto sinistro. Acaba tendo ganho para seguradoras. Atividades imobiliárias tiveram ganho, que foi compatível com o aumento no número de domicílios.

Para a Capital Economics, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no quarto trimestre mostrou que a economia do País desacelerou acentuadamente durante o período. A consultoria, porém, manteve a previsão de expansão do PIB em 2024 em 1,3%, e espera que o ritmo de crescimento seja retomado a partir do primeiro trimestre. Tendo crescido surpreendentemente rápido durante a recuperação pós-pandêmica, estes dados mais recentes sobre o PIB confirmam uma desaceleração marcada no segundo semestre de 2023. A fraqueza pode ser atribuída à reversão do crescimento do setor agrícola ocorrida no início do ano passado, mas também ao consumo das famílias, que cresceu em média 1,0% na comparação trimestral nos oito trimestres anteriores, e no quarto trimestre de 2023 encolheu em 0,2%. A previsão é de que o crescimento vai se fortalecer neste trimestre e depois. O mercado de trabalho continua aquecido, como demonstrado nos dados de desemprego recentes, e os indicadores de sentimento melhoraram em janeiro e fevereiro. Mas, a previsão do consenso de mercado para o crescimento do PIB neste ano, de 1,75%, parece um pouco otimista.

De acordo com os cálculos da agência de classificação de risco Austin Rating, a alta de 2,9% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2023 fez o País subir duas posições no ranking de maiores economias do mundo, passando da 11ª colocação em 2022 para a 9ª posição no ano passado. A expansão da atividade econômica fez o Brasil ultrapassar, em tamanho do PIB em dólares, as economias de Canadá e Rússia. O primeiro lugar no ranking de maiores economias do mundo em 2023 permaneceu com Estados Unidos, seguido por China, Alemanha, Japão, Índia, Reino Unido, França, Itália, Brasil e Canadá. Em guerra com a Ucrânia, a Rússia deixou o grupo de dez maiores PIBs mundiais, caindo para a 11ª posição. Os cálculos da Austin Rating consideram estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI). O Brasil alcançou a 14ª colocação no ranking de melhor desempenho do crescimento do PIB no ano de 2023 ante 2022.

A lista feita pela Austin Rating inclui 54 países com estimativas já conhecidas. Os melhores desempenhos no ano foram da Mongólia (7,1%), Índia (6,7%), Irã (6,4%), Malta (5,6%), Filipinas (5,6%), China (5,2%), Indonésia (5,0%), Vietnã (5,0%), Turquia (4,5%) e Islândia (4,2%). Os Estados Unidos cresceram 2,5%; a economia da Alemanha recuou 0,3%; e o Japão teve expansão de 1,9%. No quarto trimestre de 2023 ante o terceiro trimestre de 2023, o PIB brasileiro ficou estável (0,0%). Na lista de desempenho da atividade econômica no trimestre, que inclui informações de 47 países, o Brasil ficou na 35ª colocação. A ASA Investments observou, sobre o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, que, para além do desempenho do setor agrícola, impulsionado pela safra recorde, os serviços e a indústria surpreenderam positivamente no ano. O crescimento de 2,9% em 2023 superou as expectativas que o mercado tinha no início do ano. A projeção para 2024 é de crescimento do PIB, que deve ser sustentado pela demanda doméstica, refletindo o mercado de trabalho ainda aquecido e corte de juros. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.