04/Mar/2024
A Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê queda de 0,5% a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária neste ano, ante crescimento de 15,1% em 2023. A estimativa é preliminar e deve ser revisada após os resultados anuais divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (1º/03). O recuo será muito em virtude da produção menor de grãos, além do impacto do aumento no consumo intermediário, que pressiona os custos de produção. Os grãos representam a maior fatia do desempenho da agropecuária e, portanto, variações na produção afetam o resultado geral do setor. Para o PIB nacional, a CNA projeta, em estimativa preliminar, crescimento de 1,7% neste ano, número que também será revisado posteriormente.
O crescimento de 15,1% do PIB da agropecuária no ano passado foi considerado “bom”. A agropecuária respondeu por 44% do crescimento do PIB Brasil. Se não fosse o PIB da agropecuária, o Brasil teria crescido apenas 1,6% ante 2,9% do resultado obtido. O crescimento do PIB do agro deve-se sobretudo à maior produção de soja e milho, com avanço de 27,1% da soja, 22% do milho segunda safra e 16,3% do café arábica. O resultado foi bastante positivo, sobretudo pelo aumento da produtividade. Entre as contribuições negativas, destaque para queda de 22,8% do trigo e 7,4% da laranja, acompanhando as menores safras. Com o desempenho do PIB Agro muito acima do crescimento nacional, a agropecuária aumentou sua participação no resultado do País de 6,8% em 2022 para 7,2% no último ano.
A alta na participação deve-se porque o agro cresceu muito mais que outros setores, enquanto outros setores perderam participação e até deixaram de crescer, como a indústria da transformação. Neste ano, com a previsão de queda do PIB Agro diante do avanço do PIB nacional, o setor deve diminuir sua participação no Produto Interno Bruto do País. A estimativa preliminar é de que a participação do setor volte ao patamar histórico entre 6,5% e 7%. Neste ano, o PIB Brasil deve crescer em percentual maior que o PIB Agro. Portanto, o aumento da participação de 2023 deverá ser devolvido em 2024. O desempenho do PIB nacional em 2024 deve ser puxado preliminarmente pela indústria ligada à cadeia do petróleo.
Segundo a MB Agro, o clima será determinante para o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária neste ano. Neste ano, a previsão da consultoria é de estabilidade a queda de 2% no PIB do agro. A safra de soja será menor, a produção menor de milho também será menos e, provavelmente, a safra de cana-de-açúcar será menor. A contribuição o PIB vinda do agro será menor neste ano. Dependendo da safra de milho e da evolução do clima, o resultado pode ser negativo. Já a pecuária não deve apresentar grande contribuição para o PIB agro neste ano, com projeção de estabilidade nos abates. O crescimento de 15,1% do PIB Agro foi muito bom.
Já era esperado uma alta dessa magnitude em virtude da excelente produção da safra 2022/2023 com vários produtos com crescimento importante, como soja, algodão e cana-de-açúcar. A produção de carnes também contribuiu para os resultados. O crescimento do PIB da agropecuária foi um dos principais fatores para o avanço de 2,9% do PIB Brasil. Pelo menos um terço do PIB Brasil veio da agropecuária, além das externalidades geradas pelo setor com renda, serviços, fretes. Neste ano, essas externalidades podem ser menores. Como teve a quebra de safra e os preços não estão tão altos, pode ter efeito sobre investimentos de infraestrutura e máquinas, o que acaba contribuindo de maneira negativa para a economia.
Segundo a Tendências Consultoria, o crescimento de 15,1% do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária em 2023 veio em linha com sua estimativa, que projetava uma alta de 15,9%. O resultado positivo foi provocado tanto por fatores internos, que alavancaram o crescimento, como safras recordes de grãos e avanço relevante da pecuária, como por fatores externos, envolvendo problemas climáticos de outros países, o que contribuiu para o crescimento da exportação. O Brasil teve um bom mercado, pois ganhou um maior espaço internacional para exportar grãos, carne de frango e carene bovina. Os Estados Unidos tiveram vários problemas climáticos que prejudicaram bastante a safra de milho e a produção de carne. A Argentina também passou por problemas climáticos bem fortes, o que favoreceu o Brasil. A Tendências Consultoria trabalha com a perspectiva de que o Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário do Brasil tenha crescimento próximo a 0% em 2024. A consultoria antes tinha a previsão de que a alta seria de 0,9%, mas agora vai revisá-la.
O impacto de safras menores de soja e milho, assim como uma concorrência maior da produção de outros países, tende a reduzir a procura pelo grão brasileiro. O ano de 2024 é um cenário completamente inverso ao de 2023. O El Niño afetou bastante a produção de soja e de milho, assim como outras culturas vão crescer menos do que poderiam. Com as safras menores de milho e soja já definidas, a pecuária poderá ser um fator decisivo para o desempenho do PIB agropecuário em 2024. A consultoria trabalha com a projeção de que o setor teve crescimento de 13,2% no ano passado e estima que a expansão deve ficar em 2% em 2024. Se a pecuária vier mais negativa do que o esperado, pode ter uma revisão do PIB ainda mais para baixo. O desempenho da pecuária vai depender do poder de compra das famílias, assim como do nível de exportação. Até agora, neste ano, as importações chinesas desaceleraram para carnes. Se isso continuar, pode afetar o PIB agropecuário. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.