29/Feb/2024
Segundo o Tesouro Nacional, o governo vai criar uma linha para estimular instituições financeiras a aumentar a oferta de proteção cambial, por meio de derivativos e opções. No Brasil, para prazos mais longos, por exemplo, acima de 5 anos, praticamente não há liquidez para oferta de hedge (proteção). A estabilidade macroeconômica desempenha um papel fundamental na redução do risco, tanto da volatilidade quanto do risco da desvalorização futura das moedas. O diferencial de taxas de juros só vai se resolver com a estabilização macroeconômica. O governo tem tomado uma série de medidas nessa direção, como o novo marco fiscal, a reforma tributária e aprimoramentos na política monetária. Em uma semana emblemática para o Brasil, que sedia a reunião de ministros das Finanças do G20, o Tesouro destacou o lançamento do programa de proteção cambial.
O programa reúne um conjunto de medidas para permitir às empresas brasileiras captar recursos em moeda forte com segurança e reduzir o risco de investidores externos no Brasil. Para estimular a captação no exterior, o governo criou uma linha chamada de ‘blended finance’, em que uma companhia que captar no exterior pode pegar uma parte do empréstimo no Brasil com recursos a taxas diferenciadas e prazos longos. Essa linha tem como objetivo tornar o custo competitivo e trazer poupança externa para o Brasil, sem uma exposição cambial excessiva. Outra linha criada pelo Ministério da Fazenda, em conjunto com o BID, Banco Central (BC) e Ministério do Meio Ambiente vai apoiar que bancos possam desenvolver produtos financeiros voltados ao hedge cambial.
O objetivo é aumentar a oferta de produtos derivativos no Brasil. Para hedge cambial acima de 1 ou 2 anos há dificuldade grande em fechar contratos e para prazos mais longos, acima de 5 anos, praticamente não há liquidez. Parte desses problemas podem ser atenuados com essa linha. Seja para reduzir o risco de crédito dos bancos ou para evitar chamadas de margens. Ainda pensando no hedge, ressalta-se a parceria com o BID, que vai captar recursos no exterior e repassar para o Banco Central intermediar com empresas locais. Há ainda uma linha de liquidez, voltada para projetos de infraestrutura, que normalmente precisam de recursos externos e sofrem com a volatilidade alta do câmbio. O fato dessa linha estar disponível pode ajudar a reduzir o risco e o custo do crédito das operações de dívida para esses projetos, tendo essa garantia que haverá manutenção do desembolso em moeda forte. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.