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29/Feb/2024

Brasil: CEOs temem impacto de mudanças climáticas

De acordo com dados da 27ª edição da Pesquisa Global com CEOs da PwC, divulgada nesta quarta-feira (28/02), executivos do agronegócio brasileiro veem negócios mais ameaçados por mudanças climáticas que os de outros segmentos. Segundo o levantamento, 54% dos CEOs do agronegócio brasileiro apontam probabilidades de perdas financeiras significativas relacionadas ao clima nos próximos doze meses ante 43% há um ano. O resultado ficou acima da média nacional, que inclui outros setores, de 16% e da média global, de 12%. Mais de 4,7 mil executivos em 100 países foram entrevistados para a. É o primeiro item em risco e com aumento significativo na percepção. Isso mostra que o tema está na agenda dos CEOs e que os executivos estão preocupados, porque se vê efeitos diários do clima na área urbana e rural. Já a exposição dos negócios à inflação diminuiu na percepção dos líderes empresariais do agronegócio brasileiro, passando de 40% em 2023 para 34% neste ano.

A média nacional com executivos de outros segmentos ficou em 29% e a global em 24%. Os governos agiram e trouxeram estabilidade para este tema. Os riscos aos negócios relacionados a conflitos geopolíticos também reduziram, de 48% há um ano para 31% na edição atual da pesquisa, ainda acima da média global, de 17%, e da mundial, de 18%. Houve crescimento na ameaça de riscos sanitários pelos CEOs do agro de 8% para 17%, acompanhando o recrudescimento da gripe aviária em todo o mundo. Apesar da preocupação crescente com o clima e do impacto financeiro dos extremos climáticos sobre o setor, apenas metade das empresas do agronegócio (51%) já incluem os riscos climáticos no planejamento financeiro e outros 14% pretendem incorporar os efeitos climáticos adversos no planejamento financeiro. É um nível baixo. Deveria haver uma captura maior de risco climático dentro dos planejamentos financeiros, devido a diversas situações no agro que mostram que é preciso trabalhar com o planejamento com a maior parte de percentual de risco vindo de clima.

Uma das sugestões aos CEOS é que tragam mais os diretores financeiros (CFOs) para essa agenda. No Brasil, a média dos CEOs de demais setores que relataram integrar os riscos climáticos ao planejamento financeiro foi de 34% e 18% que planejam incluir. Dos executivos do agro comprometidos com a agenda de descarbonização, 89% têm esforços em andamento ou já concluídos para melhorar a eficiência energética e inovar em produtos e serviços com baixo impacto climático, bem acima da média do Brasil de 71% e 66%, respectivamente. 74% dos líderes empresariais do agro investem ou já investiram em soluções climáticas baseadas na natureza, à frente da média nacional 49%. A pesquisa revelou ainda que o agronegócio é o setor que tende mais que a média das empresas brasileiras a aceitar taxas de retorno menores para investimentos com baixo impacto climático. Dos CEOs do agro, 37% estão dispostos a menor retorno para investimentos mais "verdes", contra 34% da média nacional e 41% da global.

As mudanças climáticas foram apontadas pelos CEOs do agro brasileiro também como fatores de mudança para criação, entrega e captura de valor para os próximos anos juntamente com as mudanças tecnológicas. Para 71% dos executivos do agro, as mudanças do clima serão um fator significativo de criação de valor no setor nos próximos três anos, índice que foi de 60% nos últimos cinco anos. O impacto da mudança do clima na geração de valor do agronegócio é superior ao reportado pelos executivos de outros setores do País, de 29%, e à média global de 30%. As mudanças tecnológicas foram indicadas por 69% dos CEOs do Agronegócio como um fator que afetará "muito" ou "extremamente" o setor nos próximos três anos, índice estável aos últimos cinco anos, mas ainda inferior à média nacional de 72% e superior à média global, de 56%. Além disso, os CEOs do Agronegócio brasileiro também demonstram expectativa com o crescimento uso da inteligência artificial generativa.

Para 71% deles, a utilização desta tecnologia vai aumentar a eficiência de trabalho nos próximos 12 meses e para 69% a eficiência de trabalho dos funcionários também deve crescer. Entretanto, apenas 23% dos CEOs do setor afirmam que a tecnologia foi adotada em toda empresa nos últimos 12 meses, abaixo da média no Brasil e do mundo de 32% entre todos os setores, e 11% declararam ter mudado a estratégia do próprio negócio por causa da IA generativa. Esse tema precisa evoluir, mas a IA generativa depende também de conectividade e mão de obra qualificada. 60% dos CEOs do agronegócio sinalizaram que as mudanças na preferência do consumidor serão um fator na geração de valor do setor, ante 64% da média do Brasil e 49% da média global. Isso mostra que é preciso olhar o cliente na ponta final, do consumidor, onde o produto agrícola está sendo consumido. Nos últimos cinco anos, 40% dos executivos do agro olhavam para a questão, agora são 60%, porque o consumidor está cada vez mais preocupado com rastreabilidade, alimentos saudáveis e meio ambiente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.