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28/Feb/2024

Crédito para apoiar demanda é ameaça à economia

De acordo com análise em artigo na revista Finance & Development, do Fundo Monetário Internacional (FMI), publicada nesta terça-feira (27/02), o professor da Universidade Princeton, Atif Mian, argumenta que a dependência do crédito para apoiar a demanda ameaça a economia mundial e defende correção de desequilíbrios subjacentes. A perda de equilíbrio levou a um "superciclo massivo de dívida", que representa uma ameaça para a economia global. Esse grande ciclo de endividamento é produto de um crescimento constante dos empréstimos por consumidores e governos.

O crescimento na dívida que levou à crise de 2008 veio de desequilíbrios estruturais profundos na economia, os quais continuam a existir. Há duas forças principais por trás do crescimento dos desequilíbrios que geraram o grande ciclo de dívida: o excesso de poupança dos ricos e o excesso de poupança global em geral. O primeiro fator é fruto da crescente desigualdade. Já o movimento global é puxado por um grupo de países, entre eles a China, que têm conseguido uma parcela maior da renda global. Os dois movimentos levam a um crescimento nos superávits fiscais, que por sua vez tem financiado o ciclo de maior dívida global.

Destaque também para o papel importante de intermediário do setor financeiro, ao pegar o superávit dos países e indivíduos ricos e emprestar a vários segmentos da economia. Um setor financeiro que funciona bem iria direcionar capital para investimentos produtivos, como o desenvolvimento de tecnologias e a manutenção de infraestruturas. Mas, infelizmente, um fator crucial do grande ciclo da dívida é o fracasso em financiar investimento produtivo. Em vez disso, o grande ciclo de dívida tem financiado em sua maioria consumo improdutivo das famílias e governos, o que tem implicações de longo prazo.

Diante do endividamento, a demanda agregada é prejudicada no longo prazo. A economia tenta compensar a pressão de baixa com juros mais baixos, com isso o aumento de um grande ciclo de dívida está associado a um recuo persistente nas taxas de juros de longo prazo. A economia precisa encontrar um meio de reequilibrar e reverter o grande ciclo de endividamento, o que passa por mudanças estruturais para tornar o crescimento mais equitativo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.