28/Feb/2024
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, afirmou que os Estados Unidos estão comprometidos em aprofundar laços com países emergentes. O presidente Joe Biden deixou claro que o isolacionismo norte-americano acabou. Yellen afirmou que a economia norte-americana segue forte e o mercado de trabalho, resistente. O país continuará fazendo investimentos em infraestrutura e na transição verde. Sobre a inflação, que levou os bancos centrais do mundo a elevar juros, Yellen afirmou que agora começa a cair e espera que mantenha a trajetória de queda. A economia global tem sido mais resiliente que o esperado. Janet Yellen defendeu que os governos devem encontrar formas de redirecionar ativos russos que estão congelados para apoiar a Ucrânia. O G7, o grupo dos 7 países mais ricos do mundo, precisa trabalhar em conjunto para pensar soluções. Uma das possíveis soluções seria usar ativos russos congelados como colaterais em empréstimos. Sobre a guerra de Israel com Hamas, Yellen afirmou que, se expandir para um conflito regional, haveria um risco para a perspectiva global.
Até o momento, porém, não tem havido impactos na economia mundial, com efeitos limitados às economias de Israel e da Palestina. A secretária do Tesouro norte-americano afirmou que não há ameaças ao euro ou ao dólar e que a economia global tem estado mais forte do que se esperava, com perspectiva bem positiva em meio à queda da inflação. Mas há riscos. Janet Yellen destacou o desempenho positivo da economia e a queda da inflação nos Estados Unidos, descartando uma recessão no curto prazo. O cenário na economia norte-americana é muito forte, que está indo extraordinariamente bem. A secretária do Tesouro frisou que, apesar do mercado de trabalho ainda apertado, com a geração média de 300 mil empregos por mês, e a atividade econômica resiliente, com crescimento, no comparativo interanual, de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre, é razoável assumir que a inflação vai ceder para a meta de 2% perseguida pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). A tendência é de a inflação continuar perdendo força à medida que as rupturas causadas pela pandemia se dissiparem totalmente.
Segundo Yellen, o governo dos Estados Unidos está comprometido em combater as mudanças climáticas, incluindo por meio de apoio financeiro aos países emergentes e em desenvolvimento, e prometeu apoiar a agenda do Brasil em 2024 na presidência do G20, o grupo dos países mais ricos do mundo. A ideia é fortalecer cadeias de suprimentos e evoluir sobre assuntos de cooperação relacionados à Amazônia. Na semana passada, em visita ao Brasil, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Anthony Blinken, informou ao presidente Lula que o país estuda realizar novo aporte no Fundo da Amazônia. Os Estados Unidos estão trabalhando para apoiar mercados emergentes em diferentes iniciativas, de investimento ecológico, incluindo por meio de reestruturação e evolução de emissões de carbono. Ela citou a cooperação dos Estados Unidos com países como a África do Sul, para estimular o financiamento privado a projetos de infraestrutura verde. Sobre as prioridades do Brasil para o G20, Yellen afirmou que os Estados Unidos apoiam o foco em reduzir a desigualdade social e a pobreza.
O governo norte-americano apoia o projeto do Brasil de fornecer um fórum para países da África organizarem conversas sobre dívidas para melhorar a arquitetura financeira do financiamento climático. Em seu discurso, Yellen citou o Brasil ao falar da economia mundial, mencionando que a desaceleração dos Estados Unidos, que tiveram uma recessão no ano passado, acabou reduzindo o crescimento mundial. A dinâmica em muitas economias, incluindo o crescimento no Brasil, também contribuiu, enquanto outras economias continuam a enfrentar desafios. O fortalecimento dos bancos de desenvolvimento multilaterais, uma das bandeiras do Brasil, também é apoiado pelos Estados Unidos. As últimas negociações internacionais conseguiram destravar US$ 200 bilhões em nova capacidade de empréstimos para estes bancos na próxima década. Um dos esforços, afirmou Yellen, é que os bancos de investimento multilaterais possam ajudar a mobilizar também mais investimento privado para apoiar os países emergentes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.