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28/Feb/2024

Brasil-EUA: Amcham faz propostas de cooperação

A Amcham Brasil entregou à secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, e à ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, um documento com uma série de propostas para aprofundar as relações bilaterais. A agenda aponta uma série de ações em três frentes: descarbonização, cadeias de produção e comércio e investimentos. Ao observar que, além da presidência brasileira nas reuniões do G20, 2024 marca o bicentenário das relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, a câmara norte-americana de comércio considera que o momento representa uma oportunidade única para intensificar os diálogos e a cooperação entre os países.

A Amcham destaca, no documento entregue às autoridades, o fato de os Estados Unidos serem o principal parceiro econômico-comercial do Brasil, quando considerado o fluxo de bens, serviços e investimentos, assim como ressalta que temas como meio ambiente e clima, energias renováveis, fortalecimento industrial-produtivo ou estabilidade democrática são prioridades de ambos os governos. Assim, dentro da agenda de transição para uma economia de baixo carbono, as sugestões da Amcham incluem a criação de um roteiro de ações na agenda verde, com a definição de uma lista e cronogramas de projetos do plano de transformação ecológica do Brasil, preferencialmente em parceria com o setor empresarial, com foco em adensamento tecnológico e produtivo, bioeconomia, visando ao desmatamento zero, transição energética e mitigação climática.

A câmara de comércio defende ainda a criação de um plano para impulsionar o financiamento sustentável, bem como a adesão do Brasil ao "First Movers Coalition", uma coalizão de governos e grandes empresas que visa a aproveitar o poder de compra das grandes multinacionais para alavancar tecnologias de ponta e mais críticas na transição climática. Diante do interesse dos Estados Unidos de diversificar e descentralizar suas fontes de abastecimento, a Amcham, dentro da agenda que trata das cadeias de suprimentos, propõe a formação de um grupo bilateral para identificar oportunidades geradas por movimentos como nearshoring e friendshoring.

Nesta frente, também é sugerida a definição de setores estratégicos onde há interesse mútuo de aproximação, como baterias, semicondutores e equipamentos para transição energética, além da coordenação de políticas relacionadas à estabilidade das cadeias e regras para cooperação em momentos de disrupção industrial. Por fim, no eixo de comércio e investimentos, a câmara norte-americana pede, entre outras ações, que os governos voltem a negociar um acordo para evitar dupla tributação dos fluxos de capital e mercadorias entre os países.

Janet Yellen, afirmou que o setor privado do Brasil pode destravar um crescimento forte, atraindo investimentos para o País. É vital que o Brasil crie condições para o setor privado investir e crescer, afirmou ela, durante encontro promovido pela Amcham Brasil com a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva. Yellen usou como exemplo o anúncio do setor privado norte-americano de mais de US$ 600 bilhões em energia limpa e indústria, que tem apoiado o crescimento do país. Ela também atribuiu o bom desempenho da economia aos investimentos públicos da "legislação tríplice" dos Estados Unidos: a Lei de Infraestrutura Bipartidária, o projeto para incentivar indústrias de semicondutores, conhecido como CHIPS and Science Act, e a Lei de Redução da Inflação.

Há uma grande oportunidade para o Brasil se tornar mais integrado às cadeias de valores globais e os Estados Unidos serão um grande parceiro neste esforço. Passos como endereçar altos tributos externos e progredir na adoção de padrões da OCDE podem tornar o País mais atrativo. Osso permitirá ao Brasil atrair mais investidores estrangeiros. Para Janet Yellen, a transição energética exigirá projetos de infraestruturas massivas, mas trará oportunidades de trocas de investimentos, ferramentas e conhecimentos relevantes entre o Brasil e os Estados Unidos. Os Estados Unidos pretendem direcionar US$ 1 trilhão por ano em oportunidades globais de investimentos relacionadas com os compromissos de NetZero até 2050.

Conforme for investindo, a expectativa é de que a transição energética aconteça ainda mais rápido e amplie a competição com combustíveis fósseis. Diretamente em relação ao Brasil, os Estados Unidos pretendem incentivar empresas norte-americanas a ampliarem investimentos verdes no País. As empresas estão procurando por certeza nas perspectivas para energia limpa, hidrogênio verde, etc e os estímulos públicos nos Estados Unidos estão contribuindo neste sentido, para garantir uma transição verde justa, concluiu Yellen. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.